Para alguns direito constitucional que ajuda na ressocialização dos presos no Brasil, para outros uma grande farra que proporciona ao bandido a oportunidade de sair da cadeia, pela porta da frente, para cometer crimes. Certo ou errado essas saidinhas temporárias pode estar com os dias contados. O projeto que visa limitar as saídas temporárias de presos condenados, popularmente conhecidos como “saidinhas”, está programado para ser votado no Senado durante a sessão plenária desta terça-feira (20).

Este projeto, que faz parte da pauta da sessãode hoje, passou por alterações em relação à versão aprovada na Câmara dos Deputados. Caso seja aprovado pelos senadores, será necessário retornar para uma nova análise na Câmara antes de ser encaminhado para a sanção presidencial.

A saída temporária é um benefício estabelecido na Lei de Execuções Penais, aplicável a condenados em regime semiaberto que tenham cumprido ao menos um quarto de sua pena. O propósito é incentivar a reintegração social, permitindo temporariamente que o preso saia durante feriados e pontos facultativos.

A proposta foi agendada após a aprovação de um requerimento de urgência, eliminando assim a discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O texto inclui a realização de exame criminológico para progressão de regime e a utilização de tornozeleira eletrônica por presos em regimes aberto, semiaberto ou em progressão para esses regimes.

O relator da proposta é o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que acatou uma emenda do senador Sergio Moro (União-PR). A emenda propõe a manutenção das saídas temporárias apenas para casos de curso supletivo profissionalizante, ensino médio ou superior.

Prevê-se que o processo legislativo seja ágil. O projeto está em tramitação no Legislativo há mais de dez anos, mas ganhou destaque após o assassinato do sargento da Polícia Militar de Minas Gerais, Roger Dias, por um presidiário que descumpriu as condições do benefício.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indicou que os parlamentares promoverão mudanças no sistema prisional, defendendo a revisão do Código Penal e dos institutos penais existentes, como livramento condicional, comutação e indulto, bem como as saídas temporárias. Ele ressaltou a recorrência de crimes relacionados a essas saídas, que ao invés de promoverem a ressocialização, têm sido utilizadas para conceder liberdade a indivíduos que não estão aptos para tal.

O projeto de lei também aborda a realização de exames criminológicos para progressão de regime, estipulando que apenas condenados com bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor da instituição e pelos resultados do exame, terão direito a isso. Na verdade o que deveria ser um benefício para condenados que querem se redimir e começar vida nova, acabou se tornando uma porta aberta para criminosos perigosos sem nenhuma intenção de ressocialização, ter a oportunidade nas saidinhas para continuar cometendo crimes.

Acredito que o processo precisa ser mais bem discutido, não acho que simplesmente acabar com o benefício vai resolver a questão e é sempre importante lembrar que entre os condenados que não tem intenção de ressocializar, existem aqueles que realmente se arrependeram do crime praticado e as saídas temporárias é uma opção de começar de novo. Fica a dica.

 

 

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