A Polícia Civil (PC) investiga a formação de voçorocas gigantes em Caiapônia, na região oeste de Goiás. A suspeita é que o desmatamento ilegal próximo as nascentes que abastecem a bacia da cidade causou a erosão, que pode afetar o abastecimento de água na cidade. Ao menos 20 produtores rurais e donos de fazenda são investigados.

De acordo com o delegado Luziano Carvalho, as apurações começaram após a Saneago apresentar um relatório que o abastecimento foi interrompido devido às más condições da água. Diante da denúncia, agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) estiveram na região e constaram o desmatamento ilegal em locais de preservação permanente.

Diferente das erosões, que podem surgir inclusive em decorrência da chuva, as voçorocas são abismos formados por falta de vegetação, que protege o solo.

Em nota, a Saneago informou que o manancial de abastecimento público de Caiapônia, o Córrego Galinhas, “tem registrado aumento da turbidez da água bruta, ou seja, alterações nas características da água do manancial”. Mas que o abastecimento com água tratada esta normalizado no município. Entretanto, o aumento da turbidez pode causar prejuízos à infraestrutura de abastecimento e sua operação.

Ainda conforme o delegado, a região é composta por 20 fazendas, com 37 nascentes, que deságuam no Córrego das Galinhas, o responsável por abastecer a cidade.

“Nós encontramos sacos de agrotóxicos escondidos na mata a cerca de 5 km de nascentes. Em outro local nós nos deparamos com uma plantação a menos de 1 metro da nascente. Tem lugar que está sendo desmatado desde 2019. Tem sedes de produtores rurais sendo construídas nestes locais”, detalhou Luziano Carvalho.

Problemas

Além de prejudicar o abastecimento de água, o desmatamento em Caiapônia está causando diversas erosões e voçorocas gigantes, que são abismos de no mínimo 500 metros onde a vegetação é escassa e não mais protege o solo. Na região, conforme o delegado, foram localizadas ao menos três.

“Voçorocas a gente não recupera. A gente controla. É feito aterramento ao redor, plantio, para proteger o solo ao redor para conter o avanço dela”, explicou o delegado.

Ao menos 20 pessoas devem começarão a ser ouvidas na próxima segunda-feira (11). A pena para o crime de desmatamento ilegal em área de preservação permanente é de até três anos de prisão e multa que pode chegar a R$ 200 mil.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui