Uma menina, de apenas 3 anos de idade, morreu após apresentar sintomas de bronquiolite, em Goiânia. A família de Kimberlly Hadassa Assunção denuncia negligência no atendimento à criança, que esperou 29 horas por uma transferência para um hospital público especializado em atendimento pediátrico.

“Eu vi minha filha morrer nos meus braços. Me tiraram da sala e falaram que estavam reanimando ela. Entubaram, colocaram dentro da ambulância. Chegando no outro hospital, me falaram que ela já tinha chegado morta”, lamenta o pai da menina, Marcos Antônio da Costa Assunção.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde lamentou o ocorrido e disse que se coloca à disposição da família para qualquer esclarecimento. A pasta também informou que abriu um processo administrativo para verificar se houve falha no atendimento na rede municipal.

Mas ressaltou que, conforme o prontuário médico, “a menina recebeu todo o suporte no Ciams Urias Magalhães durante o processo de disponibilização de vaga para uma unidade de saúde de maior complexidade”.

À reportagem, a Polícia Civil confirmou que vai investigar o caso e já solicitou exames periciais da vítima.

“A gente sabe que foi negligência, então deixa a gente muito mal. Se fosse um fato que não tivesse como reverter, mas só porque não tinha uma vaga? Por causa de uma vaga, uma criança morrer? É difícil de entender”, desabafou o pai.

Atendimento

Ao g1, Marcos relata que a filha começou a apresentar sintomas de gripe na semana passada. No dia 29 de fevereiro, levou a menina para receber atendimento no Cais do setor Campinas. Lá, foi medicada e liberada em seguida.

“Fizeram medicamento e nesse atendimento eles falaram que era só uma virose e me encaminharam para casa”, lembra o pai.

A criança continuou passando mal e, na quinta-feira (5), começou a apresentar falta de ar e pele arroxeada. A família, então, a levou para o Cais do setor Urias Magalhães por volta de 20h.

Na unidade, os médicos explicaram que ela receberia soro e dipirona, mas que precisava ser transferida para uma unidade de saúde especializada no atendimento pediátrico. Porém, não poderia ir embora por conta própria, porque já estava na lista de regulação para a transferência.

Com isso, Kimberlly continuou na unidade de saúde em observação e recebendo medicamentos para amenizar os sintomas. Mas segundo a família, isso não foi o suficiente, já que a criança começou a piorar

“17h ela teve uma crise. Os médicos acalmaram, mas mais tarde um pouquinho, ela deu outra. 1 hora da manhã ela deu uma convulsão e morreu praticamente nos meus braços. Eles falam que ela morreu no caminho para outro hospital, mas eu sei que ela morreu nos meus braços”, lembra Marcos.

Na nota enviada ao g1, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, enquanto esteve no Cais, Kimberlly recebeu os seguintes medicamentos: ceftriaxona (usado no tratamento de infecções), antibiótico semelhante à penicilina, o anti-inflamatório Hidrocortisona, o corticóide Dexametasona e dipirona.

‘Podia ser diferente’

Para o pai da menina, tudo poderia ter sido diferente se Kimberlly tivesse sido melhor atendida e já encaminhada para uma unidade pediátrica com agilidade.

“O que poderia ter mudado tudo é eles terem feito o primeiro atendimento e já encaminhado ela direto para um pediatra e ter começado o tratamento que eles falam que precisavam ter feito, porque ela precisava um tomar antibiótico apropriado para a bronquiolite”, diz Marcos.

‘Xodozinho

Kimberlly era a filha caçula de outros irmãos, de 10 e 17 anos. Segundo Marcos, a menina era seu “xodozinho”, por ser muito alegre, educada e brincalhona.

“Minha filha era muito divertida, brincalhona, sorridente. Brincava com qualquer coisa. Meu xodozinho, era caçulinha, a mais novinha dos irmãozinhos, muito querida por todos, principalmente por mim, morava comigo”, descreve o pai.

Fonte: G1

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