A cidade de Flores de Goiás, que fica no nordeste do Estado, faz parte de um programa do governo que emprega a utilização de uma tecnologia de israelense para irrigação de fruticultura no município.

Trata-se do projeto de Fruticultura Irrigada do Vão do Paranã, que beneficiou, no último trimestre de 2023, dez produtores de Flores de Goiás com kits de irrigação da empresa de Israel, que venceu a licitação, em uma fase piloto, ou seja, ainda em testes. A tecnologia é usada na produção de maracujá e manga.

Em entrevista ao Jornal Opção, o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Pedro Leonardo de Paula Rezende, detalhou como funciona a irrigação, que ocorre de duas formas diferentes: gotejamento e microaspersão.

“O grande desafio desse tipo de sistema produtivo é equalizar a utilização da água de forma racional. Então, esse equipamento proporciona o uso sustentável da fonte hídrica, além de diminuir o dispêndio com energia elétrica. Através da tecnologia de gotejamento, apropriado para a cultura do maracujá, a planta vai receber exatamente aquilo que é exigência hídrica daquela planta, não havendo nenhum tipo de desperdício”, explica.

Da mesma forma, a microaspersão, que é aplicada na produção de manga, proporciona a irrigação em uma área precisa, que é onde a planta consegue absorver. “Não há irrigação de água em áreas que a planta não tem a capacidade de absorção. A principal característica dessas duas tecnologias, tanto a microaspersão, quanto o gotejamento, é a redução dos desperdícios com água que a planta não conseguiria absorver”, continua.

Sendo assim, a tecnologia automatizada consegue calcular exatamente o quanto de água a planta precisa e executa a irrigação da maneira mais sustentável possível, recebendo a carga hídrica nos horários em que ela tem a máxima eficiência de absorção.

Pedro Leonardo ainda disse que outro diferencial da tecnologia é que os fertilizantes também podem ser administrados pelo sistema de irrigação, que é a fertirrigação, que congrega tanto a parte hídrica, quanto a parte de fertilização.

“Não existe nenhum tipo de desperdício de água ou fertilizante com essa tecnologia. Então, o que a gente pretende, além de proporcionar a sustentabilidade, é a equalização da renda do produtor mediante a redução do custo de produção”, comenta.

Nesta fase piloto, os produtores, que plantaram um hectare de cada cultura, vão colher suas frutas em março. Agora, o Governo de Goiás já preparou uma segunda etapa, em que o edital de chamamento público já foi publicado pra credenciamento de mais 138 produtores, por meio de um convênio com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

“O governo também disponibilizou uma linha de crédito específica para o projeto, com taxa de juros subsidiadas, com período de carência também diferenciado, e eles poderão adquirir os outros insumos. A parte de correção de solo, fertilizantes, e toda a infraestrutura da propriedade, com o represamento da água para a irrigação, está sendo fornecido pelas prefeituras”, explicou.

“O principal objetivo do projeto é muito mais audacioso. Nossa meta é beneficiar aproximadamente duas mil famílias em propriedades rurais de assentamentos da reforma agrária, que é o que predomina na região nordeste de Goiás, que apresenta os índices de desenvolvimento inferiores à média do estado de maneira geral”, projetou.

De acordo com o secretário, o projeto surgiu a partir de uma visita técnica que uma delegação do Governo de Goiás fez aos municípios de Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia.

“A região foi transformada mediante a exploração da cadeia produtiva da fruticultura. A gente realizou uma visita técnica lá nessa região para trazer essa expertise para o nordeste do estado de Goiás, que reúne todas as características favoráveis ao cultivo das frutas”,.

 

 

 

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