O aumento da temperatura das águas do lago Tefé, localizado no Amazonas, ocasionou a morte de mais de cem botos vermelhos e tucuxis entre o sábado (23/9) e sexta-feira (29/9). O problema, também relacionado à seca, tende a se agravar.
A temperatura das águas chegou a marcar 40ºC, ocasionando a morte de cerca de 5% da população de botos amazônicos da região de Tefé, no Médio Solimões. A morte dos animais impacta diretamente a biodiversidade e preocupa por serem espécies com risco de extinção.
Outubro marca o pico do período de estiagem no estado, que já vem reduzindo o nível de água dos rios em 59 municípios e impactando na vida da população que necessita dos rios e lagos para se manter ativo.
“Escolas estão sendo fechadas, linhas de barcos deixam de funcionar, todos os produtos estão mais caros nas cidades e principalmente no interior e, neste ano, de forma muito atípica, estamos registrando a mortalidade de pescado e botos no Lago Tefé”, ressaltou o diretor do Instituto Mamirauá, João Valsecchi.
Pesquisadores do instituto estão se mobilizando para acolher tanto os animais como as comunidades ribeirinhas, produzindo boletins periódicos sobre o nível do rio e o clima e distribuído localmente nas rádios e também pelas redes sociais.
O diretor afirma que a seca extrema é um acúmulo de impactos da poluição urbana, assoreamento do Rio Tefé e poluição do ar pelas queimadas.
A expectativa é que a situação se intensifique nos próximos 15 dias com seca em outras partes do Médio Solimões, impactando a maior rede de golfinhos de rio da América Latina.