A Polícia Federal investiga o destino das munições apreendidas em uma operação que prendeu goianos, que possuem o registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), suspeitos de comprá-las nos Estados Unidos e transportar em contêineres ao Brasil. A investigação apura se as armas e as munições seriam usadas para abastecer o crime organizado em Goiás.
“Essa quantidade de munição é um volume que não condiz com a prática do esporte por eles praticado. Vamos fazer uma análise […] de qual o destino dessa quantidade de munições, pode ser que ela teria um destino diferente com o qual o adquirente fez a compra”, explicou o delegado Rodrigo Teixeira.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados e, por isso, o g1 não localizou a defesa deles até a última atualização desta reportagem.
A investigação começou em 2021, após a apreensão de mais de 12 mil munições no Porto de Santos, em São Paulo. Neste ano, a PF cumpriu sete mandados de busca e apreensão contra os goianos em Goiânia e Trindade, na Região Metropolitana da capital, e um mandado de busca e um de prisão na cidade de São Francisco (Califórnia), nos EUA.
“A partir de agora vamos fazer uma análise do que foi apreendido, imputar a responsabilidade a cada um dos envolvidos a medida da sua responsabilidade, da sua culpabilidade, e procurar quem mais está envolvido com o tráfico”, completou o delegado.
A operação prendeu duas pessoas e apreendeu armas e dinheiro, veja:
- 15 armas apreendidas
- R$ 12 mil reais
- 61,7 mil dólares
Investigação
A investigação começou em 2021, durante uma fiscalização da Receita Federal no Porto de Santos, em São Paulo. No local, foram encontradas 12 mil munições dentro de um contêiner que havia saído dos EUA com destino a Goiânia.
Segundo a PF, as munições eram adquiridas em nome de pessoas que residiam na capital de Goiás. A partir dessa apreensão, a PF e a Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), identificaram que dezenas de outros contêineres, que também saiam dos Estados Unidos, eram destinados a moradores de Goiás. Eles adoratam o mesmo padrão de remessa nos meses seguintes.
De acordo com a PF, a compra desse tipo de material necessita de uma autorização prévia do Exército Brasileiro. Mesmo a mercadoria sendo adquirida legalmente no exterior, as munições foram enviadas de forma clandestina ao Brasil. O conteúdo era autodeclarado como “mudança de pessoa física”, sem a prévia autorização e sem comunicação do transporte às autoridades norte-americanas e brasileiras.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos de forma simultânea no Brasil e nos EUA. Os investigados são registrados como atiradores desportivos. Segundo a PF, devido as investigações, eles tiveram seus registros suspensos e a determinação de apreensão de suas armas de fogo e munições. Eles podem responder por organização criminosa e tráfico internacional de munições.