Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à CPI do 8 de janeiro mostrou uma movimentação financeira atípica nas contas do médico goiano Farley Vinicius Alencar de Alcântara, sobrinho do ex-ajudante de Jair Bolsonaro (PL), Luis Marcos dos Reis. Em maio, o médico foi alvo de busca e apreensão em uma operação da Polícia Federal (PF) que apurava fraude em cartões de vacina de Bolsonaro, do tenente-coronel Mauro Cid, então chefe da Ajudância de Ordens, e de seus familiares. Farley forjou a vacinação Covid-19 da esposa do tenente, Gabriela Cid.

O médico goiano usou os dados de uma enfermeira para forjar a vacinação contra Covid-19 da esposa de Cid na época em que atuou na Prefeitura de Cabeceiras, região leste de Goiás. Atualmente, o médico segue com o CRM ativo, atuando em uma clínica particular de Niteroi (RJ). Além disso, é sócio na empresa Fva Serviços Médicos Ltda, que atua com atividade médica ambulatorial. No endereço inscrito do CNPJ, no Rio de Janeiro, consta um condomínio residencial.

Além disso, a mãe de Farley, Lucelia Chicou Alcantara de Alencar, também aparece nas transações atípicas do médico, realizando três transferências que totalizam o valor de R$9.470,00. Lucelia, que é proprietária da Farley Variedades, também aparece como destinatária do valor de R$7.802,00, realizado em três transferências. A empresa da mãe do médico está localizada no setor Campinas, em Goiânia, e não respondeu às ligações.

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à CPI do 8 de janeiro mostrou uma movimentação financeira atípica nas contas do médico goiano Farley Vinicius Alencar de Alcântara, sobrinho do ex-ajudante de Jair Bolsonaro (PL), Luis Marcos dos Reis. Em maio, o médico foi alvo de busca e apreensão em uma operação da Polícia Federal (PF) que apurava fraude em cartões de vacina de Bolsonaro, do tenente-coronel Mauro Cid, então chefe da Ajudância de Ordens, e de seus familiares. Farley forjou a vacinação Covid-19 da esposa do tenente, Gabriela Cid.

O médico goiano usou os dados de uma enfermeira para forjar a vacinação contra Covid-19 da esposa de Cid na época em que atuou na Prefeitura de Cabeceiras, região leste de Goiás. Atualmente, o médico segue com o CRM ativo, atuando em uma clínica particular de Niteroi (RJ). Além disso, é sócio na empresa Fva Serviços Médicos Ltda, que atua com atividade médica ambulatorial. No endereço inscrito do CNPJ, no Rio de Janeiro, consta um condomínio residencial.

Além disso, a mãe de Farley, Lucelia Chicou Alcantara de Alencar, também aparece nas transações atípicas do médico, realizando três transferências que totalizam o valor de R$9.470,00. Lucelia, que é proprietária da Farley Variedades, também aparece como destinatária do valor de R$7.802,00, realizado em três transferências. A empresa da mãe do médico está localizada no setor Campinas, em Goiânia, e não respondeu às ligações.

Relatório do Coaf

De acordo com o relatório do Coaf, a análise financeira de Farley mostra “movimentação atípica, de maneira habitual, o que poderia indicar utilização da conta pessoal para trânsito de recursos de atividade empresarial e/ou tentativa de ocultação de patrimônio”.

Existem 6 transferências de Farley para o sargento Reis, totalizando R$6.580,97, além de uma transferência Reis para o médico no valor de R$2.500,00. “Considerando que não foram encontradas justificativas nem fundamentos econômicos ou legais para a movimentação financeira analisada, comunicamos pela possibilidade de configurar indícios do crime de lavagem de dinheiro ou com ele relacionar-se”, informou o órgão.

O relatório, que analisou o período de 1º de junho de 2021 a 3 de agosto deste ano, ainda aponta: “Principais créditos oriundos por transações de mesma titularidade em outra instituição financeira, sem conhecimento da real origem dos recursos, de plataforma intermediadora de meios de pagamentos, já relacionada em comunicação de operações suspeitas, e de terceiros correlacionados com a atividade empresarial”.

Histórico do médico

Em Pirenópolis, atendeu como Médico Clínico Geral no Hospital Ernestina Lopes Jaime, entre 2019 e 2020. Documentos oficiais também apontam que ele participou de seleções para atuar em organizações sociais e na Secretaria do Estado de Goiás(SES), além dos municípios de Aparecida de Goiânia, Cabeceiras e na capital. No município de Cabeceiras, em Goiás, o prefeito disse que abriu um processo administrativo para apurar a conduta do médico.

Em 2020, o oftalmologista começou a atuar como médico residente no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), com salário base de R$ 5.648,19 por mês.

Farley cursou Medicina na Faculdade de Medicina de Juiz de Fora, de Minas Gerais. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o oftalmologista tem inscrição para atuar no Mato Grosso, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Goiás. No sistema do CFM, a situação dele aparece como regular apenas nos dois últimos estados.

Operação da PF

A Polícia Federal deflagrou a “Operação Venire”, cujo nome deriva do princípio “Venire contra factum proprium”, que significa “vir contra seus próprios atos”, “ninguém pode comportar-se contra seus próprios atos”. Segundo a PF, os suspeitos da fraude inseriram dados falsos de vacinas contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.

Farley Vinícius, alvo da mesma operação da Polícia Federal que Jair Bolsonaro, copiou os dados de vacinação de uma enfermeira não identificada de Cabeceiras, interior de Goiás, para falsificar um cartão de imunização para a esposa de Mauro Cid, Gabriela Santiago Cid.

No entanto, os dados não foram aceitos no sistema de saúde do Rio de Janeiro, onde a mulher teoricamente haveria tomado a vacina. Assim, Luis Marcos dos Reis, então um dos integrantes da Ajudância de Ordens da Presidência da República, pediu ao sobrinho, o médico Farley, que enviasse um cartão em branco para que fosse preenchido com dados do estado. “Amanhã vejo se desenrolo isso. Cartão em branco, né, que ele quer?”, disse Farley em mensagem ao seu tio. “Sim, aí a gente coloca o lote do Rio!”, respondeu Luis Marcos.

De acordo com as mensagens identificadas, o crime não se consumou, pois os lotes das vacinas contra Covid-19, utilizados para inserir no sistema do Ministério da Saúde, não foram distribuídos para o Rio de Janeiro. O crime identificado foi o de peculato eletrônico.

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