Alícia Marques desapareceu no dia 12 de fevereiro de 2022. O corpo dela foi encontrada em estado esquelético no final de dezembro do mesmo ano

O mistério envolvendo o desaparecimento da jovem transsexual Alícia Marques, 18 anos, foi desvendado e divulgado pela Polícia Civil (PC) nesta segunda-feira, 25. Conforme a corporação, o cadáver encontrado no dia de 24 de dezembro de 2022 em estado esquelético foi confirmado como sendo da vítima, após exames de DNA.

Dois homens foram presos no último dia 19 suspeitos de matar e ocultar o corpo de Alícia em uma mata do Jardim Alto Paraíso, em Aparecida de Goiânia, devido a uma dívida de drogas no valor de R$ 500. A PC acredita que a jovem tenha sido assassinada na madrugada do dia 13 de fevereiro do ano passado, horas depois de ser abordada em uma distribuidora, no dia 12, e levada para a casa de um dos suspeitos no Jardim Dom Bosco, também na cidade aparecidense.

A mata onde o corpo e as roupas que a jovem usava no dia, inclusive, fica a cerca de 250 metros da casa de um dos suspeitos. Devido ao estado avançado de decomposição, a falta de alguns ossos (como a pelve) e a não colaboração dos investigados (que negaram o assassinato), a polícia não conseguiu identificar a forma como Alícia foi morta. A ossada foi entregue à família no dia 1º de setembro.

Roupas encontradas junto à ossada de Alícia. (Foto: Divulgação/PC)

Alícia tentou enganar traficantes

Alícia, que tinha costume de comprar pequenas porções de cocaína com um dos suspeitos, de acordo com a PC, começou a ser ameaçada por ele depois que o traficante errou a quantidade de drogas que passou a ela. O valor entregue pelo investigado, que usava tornozeleira eletrônica por tráfico de drogas, foi maior do que o pedido pela vítima, que começou a ser perseguida pelo homem, mesmo afirmando que não iria arcar com a dívida de R$ 500.

No dia em que foi pega pelo criminoso, a jovem tentou simular um falso pagamento para enganar o traficante. Alicia mandou mensagens para uma amiga pedindo para ela falasse que iria passar um dinheiro (mesmo valor da vivida) que devia à vítima (veja abaixo). A conversa, porém, não convenceu um dos investigados e, momentos depois, por volta das 00h30, a jovem perdeu o sinal telefônico. A polícia acredita que nesta hora ela foi morta.

Depois do homicídio, o homem foi para a casa do suposto comparsa, onde passou a noite. Horas depois, por volta das 5h30 da manhã, ele retornou a residência e, com um auxílio de um carro, levou o corpo de Alícia até a mata onde foi encontrada. A polícia tomou conhecimento dos horários e da locomoção do suspeito por meio da tornozeleira eletrônica.

Conforme a polícia, o outro suspeito de participar do crime, se apoderou do celular de Alícia dois dias depois do homicídio. O homem, ao ser detido, negou o crime e afirmou que havia conseguido o aparelho celular com o traficante.

Diante dos elementos probatórios reunidos nos autos, a corporação caracterizou o crime como sendo de homicídio qualificado pelo motivo torpe (dívida de drogas) seguido de furto do aparelho celular e outros objetos da vítima (bolsa, cartões, etc.), além de ocultação de cadáver. O inquérito policial deve ser concluído nos próximos dias e encaminhado para 1ª Vara do Tribunal do Júri de Aparecida de Goiânia-GO, com o indiciamento de ambos os investigados pelos delitos acima descritos.

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