Heloisy Pereira Rodrigues, natural de Ceres, aos 24 anos, alcançou um feito inédito no Brasil: se tornou a primeira mulher a se formar em Inteligência Artificial (IA) na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. Sua jornada rumo a essa conquista começou com uma escolha corajosa, após uma breve incursão na odontologia, área que, segundo ela, não a satisfazia plenamente.

“Fiquei sabendo da criação do curso de AI na colação de grau da minha irmã. Pesquisei sobre o mercado de trabalho e me agradou muito, vi que a área correspondia com a que sempre tive facilidade, exatas, e resolvi me aventurar”, compartilhou Heloisy.

Iniciado em 2020 e concluído no final de 2023 no instituto de Informática do Campus Samambaia da UFG, o curso de bacharelado em Inteligência Artificial é uma raridade no Brasil, sendo oferecido apenas pela UFG. Heloisy destacou-se na turma de 15 formandos por sua determinação e pioneirismo.

“É um curso totalmente diferente dos outros. Ele trabalha a mentalidade empreendedora, resolução de problemas e tudo aliado à técnica. É promovido o contato com empresas privadas, por meio de projetos de pesquisa e desenvolvimento (p&d), o que contribui muito com o nosso crescimento profissional no decorrer do aprendizado”, explicou.

Durante a formação, Heloisy desenvolveu preferência pelo processamento de linguagem natural, área da IA dedicada a fazer as máquinas compreenderem a linguagem humana. Ela ressaltou que embora o curso possa apresentar desafios, como a matemática, é essencial manter-se atualizado e buscar conhecimento constante.

“Recomendo fazer, é um curso que podemos aplicar os conhecimentos em qualquer área como na saúde, agro, varejo, call center, etc”, afirmou Heloisy.

Além do aprendizado acadêmico, Heloisy enfatizou a importância do contato com empresas durante o curso, que não só contribui para o conhecimento do mercado de trabalho, mas também oferece oportunidades de bolsas remuneradas em projetos desenvolvidos na universidade.

“A tecnologia é uma área de mulheres também, devemos cada vez mais conquistar esses espaços”, disse Heloisy, expressando sua gratidão por se tornar uma inspiração para outras mulheres na área.

No entanto, Heloisy reconhece que ainda há obstáculos a serem superados, especialmente no que diz respeito ao incentivo para que meninas jovens ingressem na área de tecnologia.

“As meninas não são incentivadas a jogar no computador, ainda não possuem muitas referências de mulheres que mexem com isso, então é mais difícil quererem algo que desconhecem, mas p espaço está lá, só é necessário querermos acessá-lo. Somos capazes de chegar longee”, enfatizou.

Ela ressaltou a importância da formação em IA para resolver problemas da sociedade e antecipou que a IA pode ajudar a humanidade a se concentrar em tarefas mais significativas e menos monótonas.

“A minha percepção é que a IA vem para nos ajudar a sermos mais humanos, voltarmos para tarefas que são mais subjetivas, que requerem nossos pensamentos e entendimentos, e não fazermos tarefas maçantes e repetitivas. Alguns empregos serão extintos, mas com certeza precisaremos de novos empregos, mais especializados, e você tem que saber se adaptar às novas possibilidades”, concluiu Heloisy.

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