O número de trabalhadores resgatados de situação análoga à escravidão chegou a 3.151 em 2023, a maior soma desde 2009. O Governo Federal pontua que o aumento dos resgates e o efetivo atual de fiscalização mostram como o País regrediu no combate à prática. Desde 1995, quando foram criados os grupos de fiscalização móvel, foram flagrados 63,4 mil trabalhadores em situações análogas à escravidão.

O trabalho no campo ainda lidera o número de restaste, mas um novo cenário também chama a atenção: a quantidade de trabalhadores(as) domésticos resgatados. A atividade com o maior número de empregadores que atuam em situações precárias é o de plantio e cultivo de café, seguido pelo plantio de cana-de-açúcar.

Goiás tem maior número de resgates

O Estado de Goiás foi o campeão de resgates em 2023, com 735 pessoas resgatadas. O Estado é seguido por Minas Gerais (643), São Paulo (387) e Rio Grande do Sul (333). Por trás das estatísticas, restam histórias de abuso nos campos e nas cidades que mostram como o trabalho análogo à escravidão ainda é recorrente no Brasil. Em fábricas improvisadas, em casas de alto padrão, nas plantações, crimes continuam a ser cometidos.

Na primeira semana de fevereiro do ano passado, uma operação que envolveu o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTb/GO), o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Polícia Federal (PF), encontrou mais de 153 trabalhadores foram resgatados em condições de trabalho análogas à escravidão em Goiás.

Nessa operação, só em Acreúna, 139 trabalhadores foram encontrados em uma usina de cana-de-açúcar e outros 13 em um fábrica de ração. Já em Quirinópolis, um idoso de 67 anos foi encontrando também em situação irregular trabalhando como caseiro.

 

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