Nesta segunda-feira (16), os deputados federais Pastor Henrique Vieira, Erika Hilton e Luciene Cavalcante, todos membros do Psol, apresentaram uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), solicitando uma investigação sobre a Igreja Assembleia de Deus de Rio Verde. A denúncia se baseia na suposta promoção da “cura gay” por parte dessa congregação.

De acordo com os parlamentares, a igreja é acusada de conduzir o retiro denominado “Maanaim”, que supostamente oferece serviços com o objetivo de “converter” pessoas gays, lésbicas e bissexuais à heterossexualidade. A influenciadora Karol Eller, que trabalhava no gabinete do deputado estadual Paulo Mansur (PL), é mencionada como alguém que frequentou o referido local e que tragicamente se suicidou na semana passada em São Paulo, aos 36 anos.

Nas plataformas de mídia social, Karol afirmou ter passado por uma conversão religiosa em Rio Verde durante o retiro Maanaim. 

O Pastor Presidente da Assembleia de Deus Missão, Wellington Rocha, postou homenagens a Karol nas redes sociais. “Uma filha que o senhor me deu, que se foi tão rápido”, disse ele. Ele alegou que a igreja a acolheu com muito amor, e que a sexualidade dela não era um problema para a igreja e que nunca foi proposta uma cura. “Nós cuidamos de uma pessoa com marcas profundas em sua alma”, ele explicou. Além disso, o pastor aponta que a influenciadora já estava sendo vítima de um longo processo depressivo. 

A influenciadora faleceu na quinta-feira, dia 12 de outubro, em São Paulo. A notícia foi compartilhada nas redes sociais pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).

Nas suas publicações nas redes sociais, Karol Eller deixou indícios preocupantes de um possível suicídio, com a legenda “Perdi a guerra”. Ela também forneceu detalhes sobre a localização, na zona sul de São Paulo, e mencionou a necessidade de envolvimento do Corpo de Bombeiros. Expressou arrependimento por causar sofrimento aos que a amavam com a frase: “Me perdoem por causar toda essa dor aos que me amam. Se cuidem por aqui”. Vale destacar que as postagens não estão mais disponíveis.

Cura gay

Os deputados argumentam que os tratamentos de “cura gay” são amplamente considerados práticas de tortura e violência direcionadas à comunidade LGBTQIAPN+. Eles destacam que a orientação sexual e a identidade de gênero são características inerentes a cada indivíduo e não podem ser alteradas.

Além disso, os parlamentares ressaltam que o Conselho Federal de Psicologia proíbe rigorosamente essas práticas e recomendam que sejam tomadas medidas legais por crimes de homofobia, transfobia, tortura psicológica e incitação ao suicídio. Os deputados solicitam que a investigação não se limite à igreja em Rio Verde, mas abranja entidades, profissionais, grupos e empresas envolvidos em atividades similares em todo o Brasil.

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