Em 2023, Goiás registrou 480 casos de intoxicações por agrotóxicos em trabalhadores do campo. Além de impactar o meio ambiente, estes casos estão relacionados a casos de câncer em estado avançado, já que a doença causada pela exposição geralmente tem sintomas silenciosos. Os dados foram divulgados no 2º Seminário Agrotóxicos e Saúde, realizado pela Superintendência de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (Suvisa/SES).

O evento é uma alusão ao Dia Internacional de Luta Contra os Agrotóxicos, que ocorre todo ano no dia 03 de dezembro, instituído em 1984, quando um vazamento matou 25 mil pessoas na Índia. Sendo o Brasil líder mundial no uso de defensivos agrícolas, o estado goiano fica na terceira posição de maior comprador do produto.

“Nos seis últimos anos houve uma entrada massiva de agrotóxicos, inclusive alguns proibidos em outros países. E, com certeza, trazem impactos para o solo, água, ar e alimentos que ingerimos”, afirma a gerente de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES, Edna Covem.

Na ocasião, foram abordadas as maneiras incorretas de manipulação do produto, como o descarte incorreto de embalagens aumenta o risco de contaminação ambiental e a falta de uso de equipamento de proteção individual (EPI).

Tais faltas destes cuidados impactam o Sistema Único de Saúde (SUS). “As consequências do uso indiscriminado vão chegar nas unidades de saúde, na reabilitação e na recuperação das pessoas que estão contraindo doenças graves e crônicas”, afirma Edna.

Em uma tentativa de reduzir estes custos, a Saúde de Goiás anunciou a criação da Vigilância em Saúde de Pessoas Expostas a Agrotóxicos (VSPEA), que vai elencar 47 municípios goianos prioritários, além de capacitar profissionais do ramo para a efetivar vigilância do problema.

 

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