Um exame de insanidade mental realizado a pedido da defesa da advogada Amanda Partata Mortoza, de 31 anos, apontou que a ré por matar o ex-sogro e a mãe dele envenenados, tinha total consciência do que estava fazendo quando ofereceu alimentos contaminados às vítimas, em Goiânia. O laudo destacou que a falsa psicóloga “claramente” agiu de forma organizada e planejada para praticar o crime.

“Nosso entendimento é que a periciada (Amanda) era plenamente capaz de se determinar sobre seus atos. (…) Em seus atos, claramente, podemos observar características de planejamento, premeditação e os cuidados para que sua intenção de cometer o ato ilícito não fosse descoberto”, diz trecho do documento assinado no dia 5 de abril pelo diretor da Junta Médica Oficial do Poder Judiciário, Gelson José do Carmo.

O exame foi realizado dias depois da Justiça aceitar o pedido da defesa, como noticiado pelo Jornal Opção. No documento, consta que o procedimento foi feito pelos médicos peritos psiquiatras Italo Rocha da Silva Araújo e Heisler Lima Vilela. Além de entrevistar Amanda, os profissionais também ouviram a mãe da advogada, a fim de entender como era o comportamento da ré desde a infância.

A conclusão é que, a partir do ponto de vista psiquiátrico forense, ela não apresenta qualquer limitação cognitiva, retardo mental, além de também não ter sido identificado qualquer evidência de doença mental. O resultado do exame será anexado ao processo e Amanda deve continuar respondendo por duplo homicídio qualificado e dupla tentativa de homicídio. Caso fosse diagnosticada com problemas mentais, a ré poderia ter sido absolvida ou ter tido a pena diminuída.

“A pericianda, ao tempo da ação, apresentava quadro clínico compatível com Transtorno de Personalidade Borderline, também denominando emocionalmente instável, havendo ainda traços comportamentais antissociais. De forma secundária e correlacionados a este primeiro diagnóstico, também estão caracterizados os diagnósticos de Bulimia Nervosa e Transtorno Dismórfico Corporal”, afirmaram no laudo.

Denúncia do MP

O Ministério Público (PM) denunciou Amanda por duplo homicídio qualificado e dupla tentativa de homicídio qualificado. A mulher está presa desde o dia 20 de dezembro de 2023 por matar envenenados o ex-sogro, Leonardo Pereira Alves, e a mãe dele, Luzia Alves.

Ela também ofereceu bolos com substâncias nocivas à saúde para outros familiares do ex-namorado, que tentou enganar fingindo uma gravidez por não aceitar o fim do relacionamento. O crime, inclusive, foi uma forma de retaliação pela recusa do ex-companheiro em seguir com a relação. Veja denúncias:

  • Homicídio consumado triplamente qualificado (pelo motivo torpe, emprego de veneno e dissimulação) contra Leonardo Pereira Alves, pai do ex-namorado de Amanda;
  • Homicídio consumado triplamente qualificado (pelo motivo torpe, emprego de veneno e dissimulação) e agravado pela idade contra Luzia Alves, avó do ex-namorado de Amanda;
  • Homicídio tentado duplamente qualificado (pelo motivo torpe e pelo emprego de veneno) praticado contra o tio do ex-namorado de Amanda;
  • Homicídio tentado duplamente qualificado (pelo motivo torpe e pelo emprego de veneno) e agravado pela idade da vítima contra o avô do ex-namorado de Amanda.

O envenenamento aconteceu no dia 17 de dezembro de 2023, quando Amanda foi até a casa da família do ex-namorado levando um café da manhã, com pão de queijo, biscoitos, suco e bolos de pote. Conforme as investigações da Polícia Civil (PC), como a ré fingia que estava grávida do filho de Leonardo, era bem aceita na família.

Antes do crime, segundo a PC divulgou à época, a advogada comprou 100 ml de um veneno e aplicou em dois bolos de pote. A quantidade, conforme a perícia, era suficiente para matar “várias pessoas”. Amanda também pesquisou na internet por “qual exame de sangue detecta” o veneno, se “tem como descobrir envenenamento” e se a substância que ela colocaria nos potes tinha gosto.

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