Nesta quinta-feira (21) o Ministério da Saúde decidiu incorporar a vacina contra a dengue conhecida como Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, o Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal, segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

“A partir do parecer favorável da Conitec, seremos o primeiro país a dar o acesso público a essa vacina, como um imunizante do SUS. E, até o início do ano, faremos a definição dos públicos alvo levando em consideração a limitação da empresa Takeda do número de vacinas disponíveis. Faremos priorizações”, explicou a ministra.

A incorporação do imunizante foi analisada e aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec). Em novembro, a biofarmacêutica Takeda informou que estava comprometida e empenhada em priorizar que os brasileiros tenham acesso à vacina, que tem o potencial de ser um pilar importante na estratégia de combate à doença.

Segundo o laboratório, a previsão é que sejam entregues 5,082 milhões de doses em 2024, entre fevereiro e novembro. O esquema vacinal é composto por duas doses. A Organização Mundial da Saúde preconiza entre 6 e 16 anos de idade como a faixa etária ideal de introdução da vacina.

Para o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, a vacina será importante para controlar a dengue no país. “A dengue é uma doença que impacta praticamente todo o território nacional e o controle do vetor vem sendo insuficiente para reduzir as taxas de infecção. Estamos fechando o ano com recorde de óbitos. A vacina, sem dúvida, junto com outras medidas, será um importante instrumento para controle dessa doença”, disse.

Dengue e mudanças climáticas

A incorporação da Qdenga no calendário vacinal do SUS chega em meio a um cenário de alerta. O levantamante da plataforma AdaptaBrasil, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que doenças como a dengue podem ser agravadas com as mudanças climáticas.

Conforme observado pelo coordenador científico da plataforma, Jean Ometto, no verão a incidência destas doenças costuma ser mais alta. “Normalmente, a gente tem ocorrência maior de dengue e chikungunya no verão”, ressaltou.

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