O professor de educação física Pedro Leandro Castro Pereira Araújo, de 34 anos, se tornou réu por crimes sexuais contra alunas e alunos menores de idade, após uma série de denúncias do Ministério Público de Goiás à Justiça de Anápolis. Até o momento foram identificadas 25 vítimas.

A decisão aconteceu na terça-feira (21). As investigações estão sendo conduzidas pelo Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) de Anápolis, e o réu continuará preso até o julgamento. O g1 tentou contato com a defesa, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria.

As denúncias serão desmembradas em grupos de cinco vítimas, por decisão da promotora de Justiça, Carla Brant Corrêa Sebba Roriz. A primeira delas detalha condutas de assédio, abuso e violações contra cinco adolescentes entre 13 e 17 anos. Os crimes investigados ocorreram entre 2018 e 2023, segundo o MP.

A promotora Carla Brant explicou ao g1 que o professor de vôlei praticava atos libidinosos contra os adolescentes com frequência e também mostrava a eles fotos e vídeos pornográficos, dele mesmo e de pessoas próximas aos alunos.

“Ele ganhava confiança, próprio do tipo do pedófilo, tinha uma forma de conquistar [os adolescentes]. Era muito amigo, falava na linguagem deles, um excelente treinador que queria levar eles para competir nacionalmente, eles ficavam muito animados”, disse ela.

O professor foi amigo dos alunos por um tempo, ouviu as histórias e relatos pessoais deles. Depois, principalmente quando as aulas retornaram após a pandemia, “foi de descolado a abusivo”, segundo a promotora.

Ele contava intimidades das meninas para grupinhos de meninos, contava sobre a própria vida sexual, incentivava práticas sexuais, e praticava abusos, informou a promotora Carla Brant ao g1. Pedro Leandro fazia massagens e alongamentos nos adolescentes enquanto pegava e esfregava órgãos genitais.

Pedro Leandro foi preso em 15 de setembro deste ano. As investigações apontaram que os crimes aconteciam no Colégio Couto Magalhães de Anápolis, onde ele trabalhava, e também durante caronas que oferecia aos alunos. Em uma dessas caronas, fez sexo oral em um aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA), de 17 anos, que está incluido no primeiro grupo de denúncias, segundo o MP.

Em nota divulgada nas redes sociais, o colégio afirma que “no dia 31 de agosto, em resposta às acusações, o treinador foi desligado e afastado imediatamente das dependências do colégio, com suspensão de contato com os alunos. Nesse mesmo dia, a Polícia Civil foi prontamente acionada

Ele ainda trabalhava em outras duas escolas de Goiânia, uma pública e outra particular, e foi demitido de ambas no mesmo dia, segundo a promotora. O inquérito foi concluído em 5 de setembro e protocolado junto ao MP, e o professor foi preso 10 dias depois.

Além das 25 vítimas já identificadas, a Polícia Civil está apurando outros relatos. O Ministério Público solicitou uma indenização mínima fixada em R$ 8 mil para cada vítima, por danos morais.

De acordo com o MP, a promotora pede a condenação do denunciado pelos crimes de estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e corrupção de menores, previstos no Código Penal.

Além disso, responderá por submissão de criança ou adolescente a vexame ou constrangimento e por disponibilizar fotos e vídeos com cena de sexo ou pornografia envolvendo crianças ou adolescentes, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.

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