A investigação do homicídio do pecuarista Valdemar Ferreira Pimenta, ocorrido em 26 de junho deste ano, em São Miguel do Araguaia, região norte de Goiás, segundo a polícia, está chegando ao fim, após resoluções da investigação que leva a polícia a prender envolvidos e descobrir rede de pistolagem contratada para planejar e executar o crime e associá-los a outros crimes. No total, sete pessoas foram presas e uma continua foragida.
Motivação do crime
Segundo o delegado Thales Feitosa de Araújo Fonseca, responsável pela investigação do caso, a investigação mostrou uma relação de disputa por um pasto situado na Ilha do Bananal, em Tocantins, que passou a ser utilizado pela vítima em meados de abril deste ano. Diante dessa perda negocial, os mandantes encomendaram a morte da vítima ao esquema de pistolagem liderado por Marcelo Franca, que se encarregou do planejamento e da execução do crime.
Após meses de investigação, a Polícia Civil (PC) diz ter desvendado a identidade de todo o grupo responsável pelo assassinato de Valdemar e por outros também e revela os nomes dos suspeitos.
Envolvidos no crime e funções no esquema
Segundo o delegado Thales Feitosa de Araújo Fonseca, os envolvidos são os seguintes:
Marcelo Franca Santos, líder do esquema de pistolagem e cantor aboiador, preso em São José de Piranhas (PB), quando se preparava para uma apresentação musical em uma vaquejada.
José Henrique Correia de Melo Simplício, vulgo Zé Henrique, preso no município de Casa Nova (BA).
Raimundo Welligton Maia Macedo, vulgo Galego, morador de Juazeiro do Norte (CE). Repassa a demanda homicida aos demais membros do grupo, gerencia o financiamento e remunera os envolvidos no crime, além de auxiliar a planejar o homicídio.
“Entre os presos, há os mandantes do assassinato do pecuarista, que fizeram a encomenda da morte junto ao Wellington, que é um intermediário e é o terceiro preso, O Raimundo Wellington entrou em contato com o Zé Henrique, que por sua vez acionou o Marcelo Boiador que é o chefe dessa associação de pistolagem e que se responsabilizou por contratar os dois pistoleiros e designar a missão de executar a vítima”, explica o delegado.
“Há também um outro intermediário, que foi preso na cidade de Cariri e ele deu esse suporte financeiro para remunerar e financiar os envolvidos nesse esquema criminoso”, conclui Thales.
Segundo informações da assessoria da Polícia Civil, as investigações ainda continuam para descobrir se há outros envolvidos no esquema.
Ainda conforme explicou o delegado responsável pelo caso, os pistoleiros possuem envolvimento com outros crimes e ainda dá exemplos que levaram a desmantelar o grupo.
“Márcio Morais Fonseca é réu em processo criminal por homicídio praticado em Presidente Dutra-MA. Um mês antes de participar do homicídio praticado em São Miguel, verificamos, pelas investigações, que ele também teria envolvimento no homicídio de um fazendeiro, na cidade de Grajaú-MA”, detalhou Thales.
O delegado Thales ainda dá mais detalhes dos casos anteriores em que a quadrilha trabalhava. “Já o Pistoleiro Fausto, ao tomar conhecimento da ‘encomenda da morte’ do Pecuarista Valdemar Pimenta, ele estava em Tucumã-PA, atuando como intermediário de uma tentativa de homicídio praticado naquela cidade, cujos executores teriam se homiziado na cidade de Tuntum-MA, onde mora Marcelo Aboiador”, finaliza Fonseca.
Mandados de prisão e busca
A PC também informa que foram cumpridos os seguintes mandados: Cariri do Tocantins (TO): cumpridos mandados de prisão temporária e buscas contra intermediário que teria auxiliado na engenharia financeira criada para financiar a empreitada homicida e remunerar os membros do esquema de pistolagem envolvidos.
O delegado ainda diz terem sido cumpridos dois mandados de prisão temporária contra mandantes e outros 06 mandados de busca e apreensão em São Miguel do Araguaia (GO).
Quanto aos executores do crime, Márcio Morais Fonseca e Fausto Rodrigues de Sousa – supostos pistoleiros que executaram a vítima, foram presos em 04 de agosto deste ano, em Tuntum (MA) e Jatobá (MA), respectivamente.
Buscas apreenderam munições e arma de fogo, como revólver calibre .38 utilizado no crime. Os dois se hospedaram em hotel de Novo Planalto (GO) e se deslocaram a São Miguel do Araguaia para estudar a nora da vítima e definir o local da execução (trecho percorrido pela vítima com certa frequência, rota usada para chegar até uma de suas fazendas). Planejaram a fuga, evitando cruzamentos e passando por ruas de baixo tráfego até chegar na GO 164, em direção ao Maranhão.