O mergulhador Francisco Rodrigues, de 69 anos, que desapareceu enquanto prestava serviços de manutenção em uma barragem no Rio Verdão, em Rio Verde, tinha 20 anos de experiência. Uma familiar, que pediu para não ser identificada, disse que ele nunca tinha sofrido nenhum acidente antes.
“Ele amava mergulhar. Costumava dizer que conversava com Deus embaixo da água, mas dizia que o trabalho era muito perigoso e difícil”, lembra.
O mergulhador desapareceu na tarde de quinta-feira (11). O Corpo de Bombeiros foi chamado para o resgate, mas por conta da pressão da água e da profundidade, precisaram chamar mergulhadores de Goiânia para reforçar as buscas. Mesmo assim, o corpo não foi resgatado.
No sábado (13), os bombeiros informaram que, “em razão da complexidade da situação e o alto risco inerente à atividade subaquática no local”, as buscas por Francisco com mergulhadores foram encerradas.
Segundo os bombeiros, o corpo da vítima está preso em um local profundo e com turbilhonamento constante de água, o que impede a aproximação segura dos mergulhadores de resgate. Com isso, uma equipe vai continuar no local pelos próximos dias, monitorando a superfície do rio e áreas próximas à barragem para caso o corpo se soltar e boiar.
A familiar, que não pôde acompanhar as buscas, diz que está torcendo para que o corpo de Francisco flutue para dar um enterro digno a ele.
“Estamos orando a Deus, pedindo para que o corpo dele boie e a gente consiga dar um enterro digno a ele. Ele morreu no que ele amava fazer”, lamentou.
O g1 entrou em contato com a Verde 2 Energética S/A para um posicionamento sobre o caso. Em nota, a empresa disse que lamenta profundamente o acidente ocorrido, que os fatos estão sendo apurados e estão colaborando com as autoridades para entender o ocorrido.
O MERGULHADOR
Segundo a família, Francisco morava em Guarujá (SP) e trabalhava em uma empresa que presta serviço para outras. Há cerca de 1 mês viajou para Goiás para realizar um trabalho e retornou na semana passada para finalizar o serviço, porém, acabou desaparecendo por motivos ainda desconhecidos.
O mergulhador já passou por muita coisa na vida, disse a familiar. Segundo ela, ele já foi usuário de drogas e alcoólatra, mas conseguiu superar os vícios e se encontrou na religião cristã. A partir disso, começou a trabalhar e se descrevia como uma pessoa aventureira.
“Nos últimos meses da vida dele, ele começou a ter gosto por drones. Há uns dois meses nós fomos para a Praia das Astúrias (SP) para ele pilotar o drone e o drone ficou preso lá em cima das pedras. Pois esse homem subiu lá em cima para pegar de volta. Eu cheguei a chamar os bombeiros porque fiquei preocupada que ele não voltava, mas acharam que era trote por conta da idade dele. Isso foi umas 9h da manhã, quando foi 13h ele conseguiu descer. Se ralou todinho, pegou o drone, e contou essa história para todo mundo, como se fosse um troféu. Ele era assim, aventureiro”, lembra a familiar.
Fonte: G1