A médica Cláudia Soares Alves, de 42 anos, presa e investigada por sequestrar uma recém-nascida no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (MG), agiu sozinha e planejou tudo que faria no dia do crime, tendo como objetivo pegar para si uma bebê do sexo feminino. É o que indicam as investigações da Polícia Civil de Goiás e Minas Gerais, em conjunto.
“Ela (Cláudia) entra no primeiro quarto. No primeiro quarto tem dois meninos recém-nascidos. Ela joga aquela conversa dela, conversa de médica. Entra no segundo quarto. No segundo quarto, tem um menino e tem uma menina. Ela estava à procura de uma menina e essa menina não necessariamente seria a que foi sequestrada”, disse o delegado Marcos Tadeu de Brito Brandão, delegado-chefe de Uberlândia, em entrevista ao Fantástico.
O pai da recém-nascida sequestrada, Edison Ferreira Leandro Júnior, disse que quando Cláudia entrou no quarto, perguntou a todos se estavam precisando de alguma coisa, como se fosse um procedimento padrão. Ele, então, pediu para que ela o ajudasse, pois a filha parecia estar com fome, mas ainda não tinha conseguido pegar no peito da mãe.
“Como a minha menininha já estava com fome e não estava pegando o peito ainda, eu aproveitei e falei: ‘Se você puder trazer aquela fórmula, aquele leite lá no copinho’. Foi a brecha que ela precisava!”, narrou.
Cláudia está presa na Unidade Prisional Regional Feminina de Orizona, em Goiás, desde o dia 24 de julho, quando foi presa em flagrante, em Itumbiara, onde mora. Ela foi autuada por sequestro qualificado. A bebê voltou para a família e passa bem.
O advogado Vladimir Rezende, responsável pela defesa da médica, explicou que a cliente tem transtorno bipolar e, no momento dos fatos, se encontrava em crise psicótica, não tendo capacidade de discernir sobre o que estava fazendo
A investigada é neurologista e era professora da universidade ligada ao hospital. Segundo as investigações, ao chegar no hospital paramentada com luvas e máscara, Cláudia apresentou um crachá provisório, disse que se chamava Amanda e que iria cobrir a falta de outra funcionária.
À TV Anhanguera, o hospital informou que a segurança na unidade foi reforçada depois do episódio. Além disso, a gerente de Atenção à Saúde do hospital, Liliane Passos, disse que iniciou uma apuração interna sobre as circunstâncias e colabora com a investigação da polícia.
Fonte: Polícia Civil