Após apresentar crescimento em agosto, a geração de emprego formal registrou uma queda em setembro em Goiás, mas ainda em um cenário considerado estável. Conforme dados divulgados nesta segunda-feira, 30, pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o mês passado viu a abertura de 4.489 postos de trabalho com carteira assinada, representando a diferença entre contratações e demissões. Em agosto, esse número ficou em 6 mil.

Comparado ao mesmo mês do ano anterior, a criação de empregos diminuiu em 25,8%, uma vez que setembro de 2022 registrou a abertura de 8.112 postos de trabalho, considerando os dados ajustados que incluem declarações entregues em atraso pelos empregadores.

Apesar disso, a economista Greice Guerra não considera uma queda de fato expressiva. “Não foi colocada a questão da informalidade. Então, devido à pandemia, temos um reflexo disso, muitas pessoas foram para a informalidade. Mas, quando você olha o contexto de uma maneira geral, essa pequena queda não pode nem ser considerada quando comparada a 2020, um ano de pandemia”, destacou.

Nos primeiros nove meses deste ano, foram criadas 74.050 vagas. A mudança na metodologia do Caged impede a comparação com anos anteriores a 2020.

Revisão para baixo

Apesar da desaceleração em setembro, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, manteve a projeção de criação de 2 milhões de postos de trabalho para este ano no Brasil. No entanto, ele não descartou a possibilidade de uma revisão para baixo, com o número finalizando em 1,9 milhão.

O ministro destacou que as medidas de estímulo à economia adotadas pelo governo e a redução da taxa de juros pelo Banco Central levarão algum tempo para impactar a economia real. Ele afirmou que “a reorganização dos processos leva mais tempo do que desejamos. O mundo real é mais lento do que as intenções dos governos.”

Na análise por setores, os segmentos de Indústria, Construção, Comércio e Serviços apresentaram crescimento na criação de empregos formais em setembro, com 1.162, 306, 1.906 e 1.643, respectivamente. Já o setor de Agropecuária teve queda de -528 empregos formais.

“Nós temos uma inflação baixa, com tendência de cortes de juros, o que fortalece a economia, porque o crédito fica mais barato e o setor produtivo pode contratar mais. Então, em Goiás está positivo, mesmo com essa pequena queda”, interpretou a economista Greice Guerra.

No que diz respeito às regiões, todas as cinco regiões do Brasil registraram saldo positivo na criação de empregos formais em setembro, com destaque para o Sudeste, que liderou a abertura de vagas com 82.350 postos adicionais, seguido pelo Nordeste, com 75.108 postos.

As unidades da Federação que mais se destacaram foram São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro, enquanto Amapá, Roraima e Acre apresentaram os números mais baixos de abertura de vagas.

Segundo a economista Greice Guerra, o motivo dos saldos positivos é por conta da retomada da economia brasileira. “Nós vínhamos saindo de uma pandemia, onde as cadeias produtivas tiveram que ser interrompidas até meados de 2022, por volta de maio e junho. Então, a partir desses meses, tivemos uma retomada econômica e com isso ocorreram contratações”, explicou.

“A questão dos auxílios também pode influenciar. Muitas pessoas preferem ficar no auxílio do que se registrarem com emprego de carteira assinada. Então, tem isso também, porque ela teme perder esse auxílio”, completou.

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