O Reino Unido sediou nesta quarta-feira, 1º, a primeira cúpula global sobre os riscos da Inteligência Artificial (IA) em Bletchley Park, Buckinghamshire.

Participaram do evento 27 países, incluindo os Estados Unidos, China e Brasil, juntamente com a União Europeia, todos concordando com a Declaração de Bletchley, que alerta para o potencial risco “catastrófico” que a tecnologia de IA representa para a humanidade.

A cúpula contou com a presença do primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, da vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e do empresário Elon Musk, proprietário da Tesla, SpaceX e X, ex-Twitter. Além disso, representantes das principais empresas de inteligência artificial generativa, especialistas acadêmicos e membros da sociedade civil também foram convidados.

A Declaração de Bletchley destaca a necessidade de uma abordagem coletiva na gestão dos potenciais riscos da IA, através de um novo esforço global conjunto. O objetivo é assegurar que a IA seja desenvolvida e implementada de maneira segura e responsável, visando o benefício da comunidade global.

O nome da declaração é uma homenagem a Bletchley Park, o local onde a Government Code and Cypher School operava, decifrando códigos alemães durante a Segunda Guerra Mundial.

A declaração atende aos principais objetivos da cúpula, estabelecendo um acordo compartilhado de responsabilidade sobre os riscos e oportunidades associados à IA, promovendo a colaboração internacional em segurança e pesquisa de IA de ponta.

Os países participantes reconhecem os riscos significativos relacionados ao uso intencional indevido da IA, especialmente nas áreas de cibersegurança, biotecnologia e desinformação.

Confira a lista de quem assinou a declaração de Bletchley:

  • Austrália;
  • Brasil;
  • Canadá;
  • Chile;
  • China;
  • União Europeia;
  • França;
  • Alemanha;
  • Índia;
  • Indonésia;
  • Irlanda;
  • Israel;
  • Itália;
  • Japão;
  • Quênia;
  • Arábia Saudita;
  • Países Baixos;
  • Nigéria;
  • Filipinas;
  • Coreia do Sul;
  • Ruanda;
  • Cingapura;
  • Espanha;
  • Suíça;
  • Turquia;
  • Ucrânia;
  • Emirados Árabes;
  • Reino Unido;
  • Estados Unidos.

“Um marco importante que faz com que as maiores potências de IA do mundo concordem com a urgência de compreender os riscos da nova tecnologia, ajudando a garantir o futuro de longo prazo para as próximas gerações”, afirmou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.

Ele ainda destacou a liderança do Reino Unido ao iniciar esse diálogo global, enquanto a secretária de Tecnologia do país, Michelle Donelan, considera o acordo assinado como um marco importante.

Este acordo surge na mesma semana em que o governo dos Estados Unidos assinou uma ordem executiva para impulsionar e orientar o desenvolvimento da IA generativa. “As pessoas ao redor do mundo não conseguem discernir fato de ficção por causa da desinformação possibilitada pela IA”, discursou a vice-presidente americana, Kamala Harris.

Em uma publicação no X, ex-Twitter, ela ainda expressou seu orgulho pelos novos compromissos acordados na cúpula para fortalecer a segurança da IA.

“Todos nós, do governo à sociedade civil e ao setor privado, devemos trabalhar em conjunto para construir um futuro onde a IA crie oportunidades, promova a equidade e proteja os direitos e liberdades fundamentais”, publicou.

Em entrevista à Sky News, Elon Musk afirmou que a IA é “80% benéfica e 20% potencialmente perigosa”. “É um risco”, reconheceu quando perguntado se é uma ameaça à humanidade.

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