Goiás já registrou quase 7 mil casos de dengue em 2024. O número representa um aumento de 10% se comparado ao mesmo período de 2023. O estado é o quinto no país em incidência da doença. Especialistas apontam que o clima no estado e também um bom sistema de monitoramento dos casos contribuem para os números registrados.

A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Flúvia Amorim, aponta que há um monitoramento das equipes para que não haja subnotificações.

“Eu falo que pior que ter muitos casos é ter muitos casos e não saber que eles estão acontecendo. Se a gente não tem transparência, não tem uma ação adequada”, disse.

O médico epidemiologista e professor da Universidade Federal de Goiás João Bosco Siqueira Júnior destaca também que não há uma resposta única para a questão.

“Os países de clima tropical sofrem muito com a proliferação do mosquito transmissores da dengue. A temperatura ideal para o mosquito é entre 25°C e 32°C. E Goiás tem essa condição climática muito favorável quase o ano todo”, disse.

O El Niño, fenômeno meteorológico que eleva as temperaturas, também contribui para o aumento de mosquitos Aedes aegypti, transmissor da dengue. “A gente pode ter aumento de temperatura e chuvas irregulares. Isso é a combinação perfeita para a proliferação. Aumentando o número de mosquitos, aumenta o número de casos”, disse Flúvia.

O médico pontuou ainda que Goiânia e o Entorno do Distrito Federal são grandes áreas urbanas e que as epidemias não atingem todas as regiões ao mesmo tempo. Além disso, a parcela da população que teve dengue de um sorotipo específico vai variando a cada ano. Isso pode justificar constantes números altos da doença.

Por último, Flúvia disse que o sorotipo da dengue que está circulando atualmente é diferente dos anos anteriores, o que também contribui para o aumento dos casos.

Incidência

A superintendente explicou que, neste ano, Goiás está atrás apenas do Distrito Federal, Acre, Paraná e Minas Gerais no número de casos de dengue a cada 100 mil habitantes no país. Em 2023, o estado foi o oitavo em incidência.

Vacina

A superintendente explicou que a vacina contra a dengue, que será disponibilizada pelo Ministério da Saúde para mais de 130 cidades em Goiás, será mais uma das formas de prevenção à doença, mas ela não será uma solução imediata.

“A faixa etária será de 10 a 14 anos. Essa vacina é de duas doses com intervalo de três meses entre elas. Ainda não sabemos quantas doses receberemos”, disse.

O médico epidemiologista completou ainda que, mesmo que a vacinação comece este ano, ainda vai demorar alguns anos para que a população tenha uma cobertura grande. “É uma solução a médio e longo prazo. Não vai solucionar tão rápido, mas é um método que funciona, que é seguro”, reforçou.

Fonte: G1

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