Em um relatório divulgado pela Administração Norte Americana de Oceano e Atmosfera (NOAA) em outubro, as projeções apontam que o fenômeno El Niño continuará a exercer influência sobre o clima global até meados de março/abril de 2024. No Brasil, as consequências dessa tendência climática se fazem sentir de forma marcante, com impactos significativos em diversas regiões do país.

De acordo com as análises meteorológicas, o El Niño atingirá seu pico de intensidade no trimestre que abrange novembro a janeiro, causando uma série de desafios climáticos em território brasileiro. As regiões de Matopiba, no centro-norte, experimentarão uma redução nas chuvas, agravando ainda mais o cenário de seca naquela área, enquanto a região Sul deverá enfrentar chuvas volumosas.

Além disso, o fenômeno El Niño trará temperaturas acima da média para todo o país, contribuindo para o aumento do risco de incêndios no centro-norte brasileiro. Os impactos não se limitam apenas ao clima, mas se estendem às atividades agrícolas, com a produção de culturas de primeira safra, como milho e soja, sofrendo as consequências dessas condições climáticas adversas.

No Centro-Oeste, a retomada das chuvas é lenta e pouco volumosa, com previsões de um próximo trimestre com chuvas abaixo da média na região e temperaturas máximas continuando a atingir os 40 ºC, dificultando a recuperação da umidade do solo necessária para um ciclo de cultivo saudável.

No Sul, o excesso de chuvas atrasa os trabalhos no campo, desacelerando a semeadura e dificultando o manejo e tratamento fitossanitário. A alta nebulosidade prejudica o desenvolvimento inicial das lavouras recém-implantadas.

No Sudeste, a situação é mais favorável, com a volta das chuvas. No entanto, o interior de São Paulo e Minas Gerais ainda carece de volumes significativos de precipitação, uma vez que o solo permanece ressecado, especialmente na região norte mineira.

No Nordeste, a ausência de chuvas deve persistir até, pelo menos, dezembro de 2023, agravando a situação de seca na região. Os produtores que planejam semeaduras em terras secas em outubro e novembro devem ficar atentos, pois, com o El Niño em curso, as temperaturas elevadas e a falta de chuva devem ser uma constante durante o período chuvoso.

No Norte, a escassez de chuvas deve continuar até o final de outubro e tende a perdurar até dezembro de 2023, afetando principalmente o solo ressecado em áreas como Tocantins, centro-sul do Pará e leste do Amazonas.

Em todas as regiões do Brasil, as temperaturas elevadas, frequentemente atingindo os 40 ºC, aumentam o risco de incêndios florestais e agravam a situação de seca, afetando também o nível dos rios. Diante desse cenário, o país enfrenta um desafio significativo no que diz respeito ao clima e suas implicações em setores cruciais, como a agricultura e a gestão de recursos hídricos.

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