O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás desbaratou uma quadrilha que fraudava de diversas formas a transferência de veículos no interior do Estado com o objetivo de obter vantagens financeiras. Entre os investigados estão dois servidores, pessoas físicas e há indícios de participação de despachantes e menção a cartório.

O esquema fraudulento foi descoberto pelo serviço de inteligência da autarquia após apurar os procedimentos de uma transferência suspeita. De acordo com o presidente do Detran-GO, Delegado Waldir, dois servidores da Ciretran de Paranaiguara foram exonerados. Um servidor era comissionado e o outro era da prefeitura.

O Detran-GO está finalizando a investigação, nomeada Operação De Cujus, que será encaminhada para a Polícia Civil. Dos 35 processos de transferência veicular auditados na Ciretran de Paranaiguara, 34 apresentaram indícios de fraude. Levantamentos apontam que o grupo atuava há dois anos. Por isso, outros processos vão passar por auditoria.

Entre as irregularidades está a transferência de veículos de pessoas falecidas sem o devido processo de sucessão. Antes mesmo do inventário ser finalizado, os veículos eram transferidos para terceiros de forma irregular. Daí, o nome De Cujus. Em outro caso, foi usado um documento com selo cartorário possivelmente falso.

Delegado Waldir destaca que os servidores chegaram a efetuar transferências veiculares sem a vistoria, com Certificado de Registro de Veículo (CRV) adulterado e até sem o documento. “Ainda não sabemos quanto esse grupo movimentou ou quanto cobrava por processo, mas isso será esclarecido com a investigação policial”, explica.

Os investigados responderão por crimes como formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa, improbidade da administrativa e falsificação de documentos públicos. No caso dos servidores, e foram exonerados e poderão ser impedidos de assumir novos cargos públicos. Já os despachantes podem ser descredenciados após o processo administrativo.

Combate à corrupção

O presidente do Detran-GO alerta que a autarquia é intolerante com a corrupção. “O Detran-GO está com a ratoeira engatilhada. O servidor tem que entender que tem que trabalhar pelo salário e não por propina, porque senão vai se dar mal”, enfatiza.

Nos últimos 12 meses, mais de 40 denúncias por suspeita de fraudes foram encaminhadas para a Polícia Civil pelo Detran-GO; 20 Ciretrans estão sob investigação. “Caso o cidadão tenha conhecimento de alguma fraude ou corrupção, peço que nos ajude: denuncie”, afirma Waldir. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 154, pela Ouvidoria do Detran-GO ou diretamente ao presidente do órgão, que atende a todo cidadão sem precisar de agendamento. Toda informação é recebida como sigilosa.

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