O número de mortes suspeitas por dengue em Goiás saltou de seis para 14 entre a primeira e a terceira semana epidemiológica, aponta o painel da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Os números compilados pelo Jornal Opção mostram que, até o momento, são quatro mortes suspeitas em Águas Lindas de Goiás, e uma em outros 13 municípios, incluindo Goiânia e Anápolis. Um óbito foi confirmado na cidade de Uruaçu ainda na primeira semana do ano.

A primeira e segunda semanas epidemiológicas deste ano apresentaram um crescimento dos registros da doença acima de 50% em 2024 na comparação com o mesmo período do ano anterior. Foram, respectivamente, 3.883 casos na primeira semana e 4.013 na segunda. Já na terceira semana, houve uma queda de 28%, com 2.079 registros.

30 municípios estão com alto grau de risco de contaminação no Estado, sendo os municípios de Sanclerlândia, Aurilândia, Cocalzinho de Goiás e Perolândia com as maiores incidências.

Os municípios com o maior número parcial de casos é Anápolis (1.143), Águas Lindas de Goiás (1.103), Goiânia (1.099), Jataí (923), Valparíso de Goiás (437), Aparecida de Goiânia (408) e Luziânia (339).

Chikungunya

Já a Chikungunya, transmitida pelo mesmo mosquisto que a dengue, foi notificada 470 vezes no Estado, mas sem nenhum óbito. Em 2023, o Estado registrou uma baixa de 32% dos casos em relação ao ano anterior.

Gabinete de Crise para Combate às Arboviroses

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES), se reuniu com entidades representativas da área da saúde para discutir ações de prevenção e manejo dos casos de dengue, chikungunya e zika, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti em Goiás.

O Gabinete de Crise para Combate às Arboviroses constitui uma estratégia do Governo de Goiás para minimizar a infestação do Aedes aegypti no território goiano e reduzir de forma considerável os índices de morte por dengue. Até o momento, o Estado, por meio da SES-GO, estruturou o gabinete em 91 municípios considerados vulneráveis, onde o número de casos de dengue atingiu o limite aceitável em proporção ao número de habitantes.

O secretário de Estado da Saúde de Goiás, Sérgio Vencio, assinalou, durante a reunião, que a união de esforços com as entidades da área da saúde é fundamental para atenuar a gravidade dos casos de dengue em todo o Estado, na medida em que proporciona ainda mais conhecimento científico e qualificação aos atendimentos.

O superintendente de Planejamento da SES, Rasivel dos Reis Santos, acentuou que os gabinetes farão a gestão contínua da crise e que a parceria com as entidades da área da saúde vai possibilitar que aconteça o menor índice possível de mortalidade por dengue. Durante a reunião, ficou acertado que equipes do Cremego vão participar das atualizações dos profissionais de saúde dos municípios sobre manejo clínico para os casos de dengue.

Cidades goianas não vão receber estratégia do MS

Uma das estratégias adotadas pelo Ministério da Saúde para conter a proliferação da dengue, zika e Chicungunha não deve ser implementada em Goiás. Conhecida como Wolbachia, a estratégia será levada para seis municípios brasileiros: Devem receber os mosquitos Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC).

A técnica, que consiste em distribuir mosquitos que não transmitem o vírus para tentar conter a doença, tem uma eficiência de 77% na redução da transmissão de casos. As ações iniciaram no Rio de Janeiro (RJ) e em Niterói (RJ), em uma área que abrange um milhão e 300 mil habitantes. Em Niterói, dados preliminares já apontam redução de até 77% dos casos de dengue e 60% de chikungunya nas áreas que receberam os Aedes aegypti com Wolbachia, quando comparado com áreas que não receberam.

Queda em 2023

Dados do Ministério da Saúde apontam que os casos de dengue em Goiânia caíram 66,3% entre 2022 e 2023. Conforme a edição 48 do Boletim Epidemiológico Arboviroses de 2023, Goiânia registrou 34 casos graves de dengue, representando uma redução de 70,18% em comparação ao mesmo período de 2022.

Quanto aos óbitos, foram seis registrados na Capital em 2023, um número substancialmente menor do que os 59 do ano anterior, representando uma redução de 89,83%. Em nível nacional, foram confirmadas 1.053 mortes em 2023 e 999 em 2022.

Vacina

Em dezembro, o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). É o primeiro País do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. As vacinas chegaram ao Brasil no último sábado, mas não há previsão para a distribuição em Goiás.

A vacina, conhecida como Qdenga, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante, Takeda, afirmou que tem uma capacidade restrita de fornecimento de doses. Por isso, a vacinação será focada em público e regiões prioritárias.

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