Antes de morrer, garotinho teve unhas arrancadas e foi queimado com cigarro. Sessões de tortura podem ter durado semanas.

Morte pode ter sido provocada por chutes na cabeça

A Nossa TV participou, no final da tarde de ontem (09), de uma entrevista coletiva com a delegada Simone Casemiro, responsável pelas investigações sobre a morte de um menino de 1 ano, em Quirinópolis. As suspeitas são de que a criança foi vítima de tortura, praticada pela própria mãe de 23 anos de idade e pelo padrasto de 22 anos. Os 2 foram presos. O casal estava junto há apenas 2 meses e moravam no Bairro Alvorada.

Na última quinta-feira (04), o menino foi atendido no Hospital Municipal e depois foi liberado. Ele apresentava algumas marcas de mordida pelo corpo, mas, não recentes. No dia seguinte, o Conselho Tutelar relatou o caso à Polícia. Ontem à noite, a criança foi levada novamente ao hospital, desacordada e com traumatismo craniano grave.

A delegada explicou que, ainda no período da manhã de hoje (09), recebeu a informação do HUGOL, sobre a morte encefálica da criança, mas, decidiu falar com a imprensa só depois que a unidade de saúde da capital, para onde o menino tinha sido transferido, encaminhasse os documentos.

De acordo com o relatório remetido pelo hospital, à Polícia Civil de Quirinópolis, a criança chegou em estado gravíssimo, apresentando traumatismo craniano grave e em estado de coma.

Na entrevista coletiva, a delegada disse que o menino pode ter sido torturado durante semanas. Ele apresentava diversas lesões provocadas por mordidas. Eram lesões nos braços, nas pernas e nos glúteos. Doutora Simone disse que a polícia irá requerer exame cadavérico, para saber se houve alguma violência sexual, devido aos sinais de mordidas próximo ao ânus do menino.

E o horror não para por aí. O que foi narrado pela investigadora é de estarrecer. Uma das unhas do pé do garotinho estava arrancada e havia sinais de que houve também tentativa de arrancar uma unha da mão. Além disso, havia marcas de queimaduras de cigarro pelo corpo e lesões graves nas orelhas. A polícia investigará também sobre as causas do traumatismo craniano. O casal alega que o menino sofreu uma queda, mas, uma médica disse que a vítima apresentava várias lesões no crânio, o que praticamente afasta o argumento de que ele caiu. A polícia acredita que o traumatismo possa ter sido provocado por chutes.

Tanto a mãe quanto o padrasto negam a autoria de maus tratos. Segundo eles, as mordidas foram provocadas pelo irmão de 5 anos, mas, as marcas não são compatíveis com a arcada dentária de criança. O irmão da vítima não apresentava sinais de violência e foi retirado de casa.

A Polícia Civil, de acordo com doutora Simone, vai pedir um relatório junto ao Conselho Tutelar. Ela quer saber quando e se o órgão foi comunicado pelo CMEI onde o menino estuda, sobre sinais de possíveis maus tratos que teriam sido percebidos pela unidade de ensino, ainda em meados do mês de março. Na noite de ontem (08), quando a criança chegou em coma no hospital, foi a unidade de saúde quem acionou as autoridades.

Quando a mãe e o padrasto foram colocados frente a frente, em uma acareação, nesta terça-feira (09), a mãe disse que o padrasto foi o responsável pelas mordidas, mas, o homem nega. Segundo a delegada, o casal demonstra frieza, não esboça nenhuma reação de sentimentos, nem mesmo ao saber da morte encefálica do menino.

O casal foi autuado por tortura qualificada por lesão grave, mas, com o óbito, a tipificação passa a ser de tortura com qualificadora morte.

A mãe foi encaminhada para o presídio feminino de Serranópolis-GO, uma vez que o presídio feminino de Paranaiguara foi fechado. Já o homem está preso em Quirinópolis. Ele já tinha passagem por porte ilegal de arma de fogo, em 2021, no Estado de Alagoas, onde morava. As prisões de ambos foram convertidas em preventivas.

O crime chocou a cidade de Quirinópolis. Muitas pessoas recorreram às redes sociais para clamar por justiça.

INFORMOU: Nossa TV

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