O Brasil está eliminado da Copa América 2024. Depois do empate por 0 a 0 com o Uruguai no tempo normal, a seleção levou a pior nos pênaltis (4 a 2) e se despediu da competição nas quartas de final.
O jogo no Allegiant Stadium, em Las Vegas (EUA), neste sábado (6), teve Eder Militão e Douglas Luiz como vilões nas penalidades. Rochet pegou a cobrança de Militão e Douglas Luiz acertou na trave.
Alisson pegou a cobrança de Giménez, mas foi em vão. Coube a Ugarte a batida que selou a classificação do Uruguai.
O time de Dorival Júnior se despede da Copa América de forma invicta, mas sem ter efetivamente engrenado. No tempo normal, foram três empates e uma vitória (contra o Paraguai).
Agora, o Brasil volta a jogar em setembro, pelas Eliminatórias da Copa 2026, contra o Equador, em local ainda a ser confirmado.
A semifinal entre Uruguai e Colômbia será na quarta-feira, às 21h (de Brasília), em Charlotte.
Disputa por território
O jogo cumpriu o que prometeu em termos de rivalidade acirrada. Foi uma partida muito tensa, disputada e com nervos à flor da pele.
O árbitro argentino Darío Herrera permitiu várias chegadas mais fortes sem marcar falta, para os dois lados.
O meio-campo do Brasil estava pouco criativo, ao mesmo tempo em que a bola raramente saía de forma tranquila da zaga. E não dá para atribuir isso apenas à ausência de Vini Jr., suspenso.
Endrick x Araújo
O duelo Endrick x Ronald Araújo foi um capítulo à parte na etapa inicial. Até uma antecipação de um futuro Real Madrid x Barcelona.
Endrick não baixou a guarda e nem tirou o pé de dividia. Com a bola, conseguiu escapar pelo menos uma vez para mostrar sua qualidade.
Mas o confronto dos dois acabou por causa de uma lesão muscular de Araújo. Ele sentiu a coxa direita ainda aos 30 minutos do primeiro tempo, ao cortar um cruzamento de Arana. Não conseguiu continuar.
Nesse duelo físico e tático, o Brasil conseguiu duas estocadas — um pouco por acaso — durante o primeiro tempo.
A primeira foi um erro de Viña que encontrou Endrick na área. Mas ele não confiou no pé direito para chutar, tentou um passe para Raphinha, mas foi forte demais.
A outra jogada foi uma bola longa para Raphinha. Mas a bola sobrou no pé direito dele, e a finalização foi defendida por Rochet.
O Uruguai, por sua vez, chegou mais perto do gol em um cochilo da zaga brasileira. Darwin Núñez apareceu livre, mas o cabeceio não foi direcionado corretamente.
A mudança de cara
O lado direito do Brasil, nas bolas esticadas, acabou sendo o mais efetivo. Percebendo a instabilidade, Bielsa tirou Viña logo no intervalo, jogando Olivera para a lateral e entrando com Cáceres na zaga. Ou seja, a dupla titular, sem querer ou não, não terminou na posição de origem.
O desenho do segundo tempo mudou um pouco. O Uruguai não conseguiu sufocar tanto o Brasil. A seleção brasileira passou a ficar mais com a bola e respirar mais, tentando achar espaços. Ainda assim, as chances de gol não apareceram.
Uruguai tem jogador expulso
O jogo mudou de vez de cara quando Nández exagerou e deu um carrinho acima do tornozelo de Rodrygo.
O VAR precisou chamar, e Darío Herrera trocou o amarelo pelo vermelho. O Uruguai ficou com um amenos aos 30 minutos do segundo tempo.
Bielsa precisou mutilar o time por causa da trapalhada do lateral-direito. Tanto que sacou o centroavante Núñez, recuou ainda mais as linhas de marcação. Nessa onda, Varela e Arrascaeta, ambos do Flamengo, entraram no jogo.
Como o Brasil respondeu?
Dorival sacou, já aos 35 minutos do segundo tempo, os pendurados João Gomes e Paquetá. Também sacou Raphinha, apostando em um Savinho mais insinuante.
Endrick passou boa parte do jogo escondido entre os zagueiros e, na etapa final, teve como melhor aparição um chute de fora da área que não saiu com tanta força.
Os uruguaios, profissionais na catimba, passaram a cozinhar o jogo. O Brasil não conseguiu aumentar a intensidade a ponto de sufocar o adversário, mesmo com Evanílson e Martinelli entrando. Aí, o jogo foi para os pênaltis. Só que a seleção brasileira, a exemplo do que aconteceu na Copa do Mundo, levou a pior e se despediu da competição.