A morte de uma estudante de medicina é investigada pela Polícia Civil e resultou na prisão de um médico, dois farmacêuticos e o funcionário de uma farmácia por suspeita de venda ilegal de medicamentos controlados, em Mineiros. Um exame cadavérico feito no corpo da jovem que ela teve uma overdose por medicamentos ao misturar remédios como Rivotril (tranquilizante), Morfina (analgésico), Ozempic (controle de açúcar no sangue) e outros.

O g1 não localizou a defesa dos suspeitos até a última atualização desta reportagem. Um posicionamento foi pedido aos respectivos conselhos profissionais dos presos, mas também não houve retorno.

A estudante morreu em outubro de 2023 e, inicialmente, a polícia acreditava que se trava de um caso de suicídio. Mas, segundo o delegado Thiago Martinho, foram encontradas mensagens no celular da estudante que descartam essa possibilidade, já que ela fazia planos futuros.
Em conversas com o funcionário de uma farmácia, antes de morrer, a estudante afirmou que não conseguia dormir e pediu medicação controlada mais forte, mesmo sem ter receita para isso. Por conta de toda essa situação, a polícia passou a investigar um esquema de venda ilegal de medicamentos controlados.

“Nas mensagens do celular dela, a estudante falava que não conseguia dormir e pedia para mandar um medicamento ainda mais forte para ela. Ela tinha planos para o outro dia. Ela não tinha a intenção de se matar, ela misturou muitos medicamentos perigosos e acabou ocasionando a morte”, afirmou o delegado.

Entenda o esquema

Ao g1, o delegado detalhou a participação dos envolvidos presos. O médico preso assinava as receitas dos medicamentos controlados e facilitava a venda ilegal para os clientes, incluindo a estudante, que não tinham prescrição médica para usá-los.

Os farmacêuticos recebiam as receitas diretamente do médico e, com elas, liberavam os medicamentos para a venda. O funcionário da farmácia, segundo o delegado, era o responsável por oferecer os remédios aos clientes e concluir a venda.

“O que a gente apurou hoje com a quebra do sigilo telefônico é de que, de fato, eles praticavam a venda reiterada de medicamentos controlados”, disse o delegado. 

Com todo esse esquema, as vendas dos medicamentos eram vistas como legais pelo órgão responsável por verificar as farmácias, já que existiam as receitas devidamente assinadas e carimbadas por um médico.

O delegado afirmou ainda que, ao ser interrogado após a prisão, o funcionário da farmácia confessou o crime e foi o responsável por detalhar a participação do médico no esquema criminoso. Ao todo, seis mandados foram cumpridos na operação intitulada “Morfina”.

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