Pela primeira vez na história, o Distrito Federal tem, ao mesmo tempo, um ex-comandante-geral da Polícia Militar (PMDF) e um ex-diretor da Polícia Civil (PCDF) atrás das grades. O delegado Robson Cândido foi preso, preventivamente, neste sábado (4/11), acusado de usar a estrutura da corporação para monitoramento de sua ex-amante.
A coluna teve acesso à decisão judicial, que traz os motivos que justificam a prisão do delegado. “A vítima narrou que Robson a persegue, surpreendendo-a diversas vezes na rua e em locais por ela frequentados, o que fortalece os indícios da utilização indevida da medida de monitoramento para a pratica do delito de stalking. Mesmo após ter sido intimado das medidas protetivas deferidas em favor da vitima, não foram tomadas medidas para encerrar o monitoramento eletrônico sobre a vítima”, diz o documento.
Antes de Robson, o comandante da PMDF, o coronel Klepter Rosa Gonçalves, foi preso pela Polícia Federal em operação que investiga os ataques antidemocráticos do 8 de janeiro, na manhã de 18 de agosto. Klepter havia sido nomeado para a função pelo então interventor federal na Segurança Pública do DF, Ricardo Cappelli.
À época, o coronel era considerado o número dois da corporação e assumiu a vaga em 15 de fevereiro último, no lugar do então comandante da PMDF, o coronel Fábio Augusto Vieira — que havia sido afastado. As movimentações na corporação ocorreram em resposta à atuação dos militares diante dos ataques terroristas.
PRF preso
A exemplo do comandante da PMDF e do ex-diretor da PCDF, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques também foi preso em 9 de agosto. O motivo seria a suspeita de que ele teria interferido no dia do segundo turno das eleições de 2022.
Vasques foi preso pela Polícia Federal (PF), em Florianópolis, no âmbito da Operação Constituição Cidadã. Silvinei, posteriormente, foi levado para Brasília, onde está em cela da PF com cama de concreto e recebe três refeições ao dia.
A investigação da PF é sobre o ex-diretor da PRF ter ordenado ações que dificultaram o acesso de eleitores às urnas, principalmente em cidades do Nordeste, região em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderava as intenções de votos. Para a PF, ele teria determinado “policiamento direcionado”.