Descrito como uma pessoa violenta, perigosa e que “sente prazer em matar”, o andarilho Antônio Luís Amorim Barbosa, de 35 anos, apontado autor de 10 homicídios, executou ao menos cinco pessoas da mesma forma, conforme denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Os crimes atribuídos ao “Novo Lázaro” – apelido em referência ao serial killer Lázaro Barbosa – ocorreram entre 2015 e 2024, nas cidades de Luziânia, Abadiânia, Anápolis, Pirenópolis e Senador Canedo.
Segundo narra o documento, Bruno teria sido cruelmente assassinado por ter desferido um tapa no rosto do “Novo Lázaro”, em 2 de abril daquele ano. A vítima foi espancada e, em seguida, teve o rosto e o crânio desfigurados com golpes de pedra. O material mineral, usado como arma, pesava cerca de 1 kg.
“O denunciado [..] confessou espontaneamente, em 13 de julho de 2015, perante autoridade policial de Pirenópolis, a prática de crime de homicídio naquela cidade e outros nas cidades de Abadiânia, Anápolis e Luziânia, totalizando, aproximadamente cinco crimes de homicídio, os quais, a priori, foram perpetrados sob o mesmo modus operandi. Além disso, cumpre destacar as palavras do denunciado em sede policial, quando afirmou que ‘se for preciso, é capaz de matar mais pessoas; que tem prazer em matar pessoas’”, diz a denúncia.
Outros crimes
Preso pela Polícia Militar (PM) no último sábado, 26, em Luziânia, o andarilho é apontado como autor de outros cinco homicídios entre 2016 e 2024. Os crimes foram praticados meses após a denúncia do Ministério Público. Veja histórico:
- Homicídio em abril de 2015, em Luziânia;
- Homicídio em junho de 2015, em Anápolis (citado pelo Ministério Público);
- Latrocínio em julho de 2015, Pirenópolis (citado pelo Ministério Público);
- Latrocínio (citado pela PM);
- Dois homicídios entre 2016 e 2024 (citado pela PM);
- Triplo homicídio em Senador Canedo, em julho de 2024.
O homicída foi preso por ter um mandado de prisão, expedido após um júri popular, realizado em 4 de outubro deste ano, que o condenou a 18 anos e oito meses de prisão em regime fechado. Na sentença, o júri avaliou Antônio como uma pessoa “com baixo senso de justiça” e “indiferente à dor do próximo, o que beira à sociopatia”.
É sobre esse crime que se refere a segunda denúncia do Ministério Público contra Antônio. Segundo apurado, Antônio e a vítima viviam em situação de rua e costumavam passar a noite juntos em um prédio abandonado.
Em uma das noites, os dois homens teriam se desentendido. Na noite seguinte, Antônio teria “agido com frieza” ao convidar a vítima para consumir bebidas alcoólicas com ele. Quando o homem já estava embriagado e, conforme a denúncia, sem condições de se defender, Antônio pegou um bloco de concreto e bateu várias vezes na cabeça dele. Na sequência, ainda deu várias facadas nas costas dele, “para garantir que tinha morrido”.
A denúncia ainda narra que, após matar o homem, Antônio continuou no local e “dormiu tranquilamente”. No dia seguinte, acordou com a movimentação da polícia e acompanhou o trabalho policial com distância.
No documento, os promotores reforçam que Antônio precisa ser mantido preso e citam, mais uma vez, o homicídio em Luziânia e o latrocínio em Pirenópolis.
Triplo homicídio
O homicídio mais recente atribuido à Antônio, segundo a PM, foi praticado em Senador Canedo, no dia 22 de julho. Aos policiais, foi relatado que o homem foi acolhido em uma casa, que funcionava como uma espécie de abrigo, após se apresentar como morador de rua.
Por motivos ainda não esclarecidos, Antônio se aproveitou da confiança das vítimas para praticar o crime. Depois, fugiu para a cidade de Luziânia, onde estava escondido. O triplo homicídio é investigado pela Polícia Civil (PC).
O andarilho
Nos documentos do MPGO é informado que Antônio Luís Amorim Barbosa nasceu em 25 de novembro de 1988, na cidade de Balsas, no Maranhão.
O homem usava documento falso e se apresentava com o nome de Marcos. Com isso, conseguiu trabalhos como pedreiro, mas também ganhava dinheiro vigiando carros.