Foi condenado, nesta quinta-feira (23), o pedreiro Salatiel Marinho, de 49 anos, um dos dois acusados de matar, em abril de 2022, José Ananias Ferreira, na época com 62 anos. A vítima ficou conhecida depois de ser expulsa pela Prefeitura de Goiânia de onde morava, debaixo de uma ponte na Avenida 24 de Outubro, no Setor Campinas, local onde cuidava de 18 cães e 16 gatos.

O júri foi realizado um ano e dois meses após o crime, por causa de recursos protocolados pela defesa. Os jurados reconheceram que Salatiel premeditou o crime, que o motivo foi torpe e o meio cruel. Ele foi condenado a 18 anos e 9 meses de prisão. O outro suspeito do crime segue foragido. A reportagem tentou contato com a defesa, mas não obteve resposta até a última atualização da matéria.

José morou por 10 anos próximo a ponte, em uma moradia improvisada com papelão e colchões. Ele foi notificado pela Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) a deixar o local depois que moradores da região o denunciaram. Na época, ele falou à TV Anhanguera que não queria deixar o local por conta dos animais que criava ali. “Eles são minha família”, disse.

Depois da repercussão da “expulsão” de José Ananias, naquele momento em situação de rua, ele recebeu um terreno da administração municipal no Jardim Petrópolis, no Morro do Mendanha, onde viveu por três anos. Ele foi assassinado por dois homens neste terreno: Salatiel Marinho, de 49 anos, e Joseli Soares da Silva, de 50 anos, foragido desde então. Ele foi morto com facadas por brigas pelo lote.

Entenda o caso

As investigações do caso pela Polícia Civil (PC) mostraram que Salatiel era vizinho de José, que se recusava a deixá-lo mexer na tubulação de água que passava pelo lote dos dois. Já Joseli foi abrigado por José, em um espaço cedido pela vítima. No entanto, foi expulso por ele por usar drogas e reunir outros usuários no local.

Assim, os dois combinaram o assassinato. José Ananias foi morto em 10 de abril de 2022, um domingo, com golpes de facão, na rua onde morava, enquanto retornava da casa da irmã. De acordo com a polícia, o corpo foi protegido pelos cachorros dele, que não permitiram que os policiais se aproximassem, e o Corpo de Bombeiros precisou ser acionado.

Fonte: G1

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