A partir desta quinta-feira (20), a estação do ano caracterizada por dias mais curtos e noites mais longas começa no hemisfério Sul. Com a chegada do inverno, os goianos sentirão o clima ainda mais seco, com prognóstico de período de estiagem prolongada, influenciado pela previsão de início do fenômeno climático La Niña, no próximo mês.
Em Goiás, o período de inverno se estende pelos meses de julho, agosto e setembro, época em que a expectativa climática devido ao advento do La Niña será de escassez ainda maior de chuvas. “Ele vai propiciar como característica geral o período de estiagem um pouco mais prolongado. Essa é a parte ruim da história. Poderemos, ainda, ter algumas inserções de massa de ar frio, com possibilidade muito baixa para a característica dele, mas a maior característica é retardar o retorno do período chuvoso”, explica o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim.
Inverno em Goiás
O inverno em Goiás se configura como o período com umidade relativa do ar mais baixo e menos chuvoso do ano. Nesta terça-feira (18), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta para a menor umidade do ar registrada no estado, com índice de 18%, muito abaixo do recomendado como limite saudável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 60%.
Para esta quinta (20), o prognóstico do Cimehgo é de variação de umidade entre 25% a 85%, na capital. Conforme o centro de meteorologia, a tendência é de manhãs frias e um pouco menos secas, com declínio da umidade e aumento da temperatura ao longo das tardes. Em Goiânia, a temperatura varia entre 14ºC e 31ºC.
Impacto do La Niña
De acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o fenômeno tende a chegar no início de julho. Neste momento, passamos pela transição entre o El Niño – que impactou negativamente com altas temperaturas em todo o país – para o La Niña, um período de neutralidade.
O La Niña é responsável pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico em até 0,5ºC, o que no Brasil, tenderá a provocar chuvas intensas nas regiões Norte e Nordeste, e seca e calor na região Sul. A previsão é de que o evento climático se instaure de fato no segundo semestre, simultaneamente ao período de maior seca em Goiás.
A condição vai favorecer a instauração de umidade do ar ainda mais baixa e período de seca prolongada, o que poderá impactar diretamente nas produções agrícolas. Além disso, a tendência para o segundo semestre do ano no Estado, conforme boletim da Cimehgo é de: umidade relativa podendo chegar a 10%; temperaturas máximas com tendência a ficar acima da média para julho, agosto e setembro, devido a permanência da massa de ar seco e quente; redução dos níveis de vazões dos rios devido ao período de estiagem; e aumento das queimadas.