A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (Deai), deflagrou, na última sexta-feira (02), mais uma fase da Operação Resgatados, com o objetivo de apurar denúncias de maus-tratos, negligência e violência patrimonial contra pessoas idosas. A equipe da Deai se deslocou até uma residência situada no Setor Jardim Curitiba, em Goiânia, após recebimento de denúncia anônima informando que dois idosos — um casal, ela com cerca de 72 anos e ele com 82 — estariam vivendo em condições degradantes, sem os devidos cuidados dos filhos, que residem no local. Segundo a denúncia, um dos filhos já foi preso por motivo não informado e, embora atualmente more na residência, não presta assistência aos pais.
No local, os policiais civis constataram uma situação de extrema vulnerabilidade. A idosa, diagnosticada com demência, estava completamente nua, caída no chão há vários dias, em meio a fezes e urina, sem qualquer tipo de assistência, higiene ou alimentação adequada. Questionado sobre a situação, o filho respondeu que “Ela é doida, tem que ficar desse jeito.” Além disso, foi informado que a idosa estaria há cerca de 1 ano sem fazer uso das medicações prescritas para o tratamento da demência.
O idoso, por sua vez, sobrevivente de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), encontrava-se vulnerável e debilitado e também sem acesso às medicações ou cuidados médicos, por decisão dos próprios filhos. Informações indicam ainda que os benefícios previdenciários do casal estariam sendo utilizados pelos filhos em benefício próprio, sem qualquer destinação à saúde ou bem-estar dos pais.
Diante da gravidade da situação, a equipe acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e a rede municipal de saúde. A idosa foi encaminhada ao Hospital Psiquiátrico Wassily Chuc, localizado em Goiânia, para atendimento especializado. O idoso teve agendada uma consulta médica para acompanhamento de sua saúde. O caso está sendo apurado como possível crime de maus-tratos, abandono de incapaz e violência patrimonial, conforme previsto no Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), e medidas legais estão sendo adotadas para responsabilização dos envolvidos.
Fonte: Polícia Civil
