Na última semana, a revista Nature Communications publicou artigo científico que revela como, em dez anos, a China duplicou sua emissão de SF6, gás com 24 mil vezes mais potencial de gerar o efeito de estufa do que o dióxido de carbono (CO2). O SF6 (hexafluoreto de enxofre) é um gás artificial incolor, inodoro, incombustível e quimicamente muito estável, utilizado em equipamentos elétricos de alta tensão. Em 2011, foram 2,6 mil toneladas emitidas — em 2021, foram 5,1 mil toneladas.

O aumento de emissões da China foi maior do que o aumento total das emissões globais, o que significa que a queda das emissões de SF6 por outros países foram mais do que compensadas pelo aumento chinês. Em 2010, a Alemanha era a maior produtora do gás, mas a regulamentação dos gases fluorados já aproxima o país de sua meta de extinguir o SF6 de todos os novos aparelhos de distribuição da rede elétrica até 2031. Hoje, cerca de 57% das emissões globais do gás SF6 vêm da China.

O GWP (sigla em inglês para Global Warming Potential — Potencial de Aquecimento Global) é a unidade de medida utilizada para calcular quantidade de energia térmica que uma substância absorve por tonelada. Enquanto o dióxido de carbono (CO2) tem GWP igual a 1, o SF6 tem um GWP de 24.300. Além disso, por ser tão estável, o gás não se decompõe facilmente. Prevê-se que as suas emissões durem na atmosfera, fazendo com que o gás contribua para o aquecimento do planeta por mais de 1000 anos.

Em geral, no uso para transmissão elétrica, sua concentração é extremamente baixa. Isso significa que sua contribuição para o aquecimento global é muito pequena, menos de 0,1% do efeito total em comparação com o dióxido de carbono, que contribui com 60%. A proporção pode modar, entretanto, dado o fato de que o SF6 se acumula na atmosfera enquanto o CO2 é facilmente captado pelos oceanos, plantas, e outros.

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