Centenas de garimpeiros ilegais invadem uma fazenda em Goiás

8

Em Goiás, centenas de garimpeiros ilegais invadiram uma fazenda neste fim de semana.

Eles tomaram uma propriedades de 350 hectares em Cristalina, Goiás. Nas imagens, eles aparecem escavando e peneirando o terreno atrás de pedras preciosas. A dona da propriedade estima em 500 o número de garimpeiros ilegais que passaram o fim de semana na propriedade rural. Ela não quer mostrar o rosto porque tem medo:

“Em março, teve um que deu dois tiros intimidando o meu pessoal que estava arrumando a cerca que eles haviam quebrado. Eu conversei com eles, falei que não podia, que era propriedade particular. Aí eles falaram: ‘É melhor a senhora deixar a gente garimpar porque nós não vamos parar, não'”. 

Em um áudio enviado para um funcionário da fazenda, o homem faz ameaças:

“Fica falando para ‘mim’ não entrar para dentro daquele trem. Amanhã, eu vou entrar e vou trabalhar lá. Vou até pegar meu revólver e levar, eu quero ver quem é que vai conversar comigo naquele negócio lá”. 

A região de Cristalina tem uma tradição histórica de garimpo de cristais. E nem é preciso escavar o terreno para encontrar as pedras preciosas. Essa facilidade despertou o interesse de garimpeiros ilegais. Uma área, por exemplo, já sofreu quatro invasões desde o início de 2025.

A extração de minérios ou pedras preciosas só pode acontecer com autorização da Agência Nacional de Mineração. Em abril, a polícia ambiental autuou 50 pessoas que extraíam pedras preciosas de uma outra região do município. Os garimpeiros ilegais contaram quem compra os cristais:

“Vem de fora, vem uma vez por semana, uma vez por semana eles vêm aí. Aí vêm, compram o que têm que comprar aqui e voltam de novo”.

 

A Polícia Civil já identificou que alguns dos garimpeiros ilegais são de Minas Gerais e do Distrito Federal.

“É uma situação que demanda o envolvimento de outros órgãos, Ibama, Agência Nacional de Mineração. Estamos em contato com esses órgãos para colher elementos suficientes para que a gente possa identificar com segurança a autoria desses crimes, desses invasores. Para identificar essas pessoas, chegar quem são os fornecedores, e quem sustenta essa cadeia logística de extração, venda e transporte irregular de minérios”, afirma o delegado da Polícia Civil Allisson Gotardo.