A plataforma Blaze, divulgada por vários influenciadores, está sendo investigada pela polícia de São Paulo por suspeita de estelionato. As investigações começaram após os apostadores denunciarem que prêmios de valores altos não eram pagos pela plataforma e, desde setembro, mais de R$ 100 milhões foram bloqueados e a Justiça de São Paulo também determinou que o site da Blaze fosse retirado do ar, mas a ordem não foi cumprida.

O “Jogo do Aviãozinho”, ou Crash, é um dos ‘jogos de azar’ da Blaze, e é um jogo ilegal no Brasil. No jogo, a tela mostra um aviãozinho iniciando voo e a hora de interrompê-lo fica a critério do apostador. O valor aumenta conforme a aeronave sobe, mas se a palavra “crashed” aparecer, significa que perdeu.

Uma entrevista no Fantástico neste domingo (17), mostrou tudo sobre o processo da Blaze, afirmando inclusive que as investigações contra a empresa foram dificultadas devido à falta de sede ou representantes legais no Brasil. Além disso, foi destacada a participação de influenciadores digitais na divulgação do jogo, por meio de publicidades pagas a eles.

Os advogados da plataforma, por sua vez, negam irregularidade e alegam que a empresa tem sede em uma ilha do Caribe, portanto, a atividade não é considerada infração penal, mesmo que os apostadores sejam brasileiros. A Blaze também se defende sob justificativa de que houve outro caso semelhante e que o Ministério Público de São Paulo pediu arquivamento do inquérito e um juiz revogou a decisão de bloquear o site.

Manifestações de influenciadores

Entre os influenciadores que estavam divulgando a Blaze estão Viih Tube, Juju Ferrari, Jon Vlogs, Rico Melquiades e Mel Maia, que também estão segundo investigados. Os três primeiros responderam a reportagem do Fantástico, sendo que Viih Tube e Juju Ferrari disseram que romperam com o contrato de divulgação da empresa, mas a assessoria de Jon Vlogs atribuiu a responsabilidade apenas à Blaze, uma vez que a relação dele era “exclusivamente de influenciador, não havendo participação acionária”.

Antes de o programa ir ao ar, alguns influenciadores se manifestaram nas redes sociais previamente. Jon Vlogs, por exemplo, resolveu se defender das acusações junto com a Blaze.

“Gente, todo mundo sabe o que é um cassino. Vamos ser sinceros? Esse aqui (onde está) só está funcionando porque está ganhando dinheiro. Alguns ganham dinheiro, outros perdem. Uns saíram tristes, outros felizes e por aí vai. Mas deixa eu trocar uma ideia sobre cassino online com vocês. Todo cassino online é igual, a licença é igual, tem uma legislação para isso. E dentro disso, temos as provedoras, que são os jogos que vocês jogam. O que muda são as portas de entradas, os sites em que vocês entram para jogar”, afirma.

Em um outro stories, dessa vez após a reportagem, o influenciador disse que apenas faz seu serviço previsto em contrato com a Blaze. “Na Blaze eu sou um influencer como todos os outros aí. Os caras da Blaze me pagam, eu faço o meu serviço: story, live, post no feed. Eu tenho o meu valor por isso. E também fui um cara esperto que montou uma agência e trouxe um monte de influencer que forraram muito (ganharam dinheiro) e agora dizem que ‘não, não sei o quê’. Todos eles ganharam muito dinheiro e estão querendo se afastar. Mas a verdade é que cassinos são todos iguais”, disse.

Além disso, Carlinhos Maia também postou um vídeo falando sobre seu trabalho para a Blaze, dizendo que apenas divulga a plataforma, mas que não joga. “Pra você que tá em casa: se você não tem cabeça, não jogue! Se você não consegue se controlar na cachaça, não beba! O mundo, as pessoas, sempre vão estar influenciando você pra alguma coisa. Se eu disser: ‘pule do penhasco’, você vai pular porque eu tô dizendo a você? Não! Vai dizer, ‘ah me influenciou’. Eu não jogo. Eu divulgo, mas não jogo”, relatou.

Apesar de não terem se manifestado na reportagem do Fantástico, os influenciadores Rico Melquiades e Mel Maia utilizaram as redes sociais. Em nota de esclarecimento publicada no Instagram de Rico, não houve tempo hábil para tomar conhecimento das informações.

“Por falta de tempo hábil para tomar conhecimento das informações veiculadas, uma vez que a equipe jornalística apenas entrou em contato na noite de sexta (15), mas o Rico Melquiades só teve conhecimento ontem (16), Rico optou por não responder a equipe do programa dominical. Sua equipe jurídica está em contato coma empresa citada para apurar os fatos”, diz a nota.

Já Mel Maia afirmou que enviou nota ao Fantástico no início da tarde de domingo (17). “Pessoal, eu acho importante falar para vocês que sim, eu respondi ao Fantástico sim! Minha equipe jurídica fez uma nota e foi enviada hoje no início da tarde, exatamente às 13h44. Não sei por que não colocaram, mas pedi para entrarem em contato com o programa e saber o motivo. Vou colocar aqui a nota! E o horário do e-mail que foi respondido para eles hoje”, disse.

Em seguida, Mel posta um print do e-mail enviado pela equipe jurídica que diz que a atriz não tem conhecimento sobre as investigações envolvendo a Blaze e que foi contratada apenas para realizar ações de publicidade.

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