A arara-canindé Pipoca que ficou conhecida nas redes sociais por encantar moradores de Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia, recebe uma pintura no Parque Lara Guimarães, como forma de homenagem após a sua morte. A arte feita em cores vibrantes tem quatro metros de altura e 25 metros de comprimento, criada pelo artista plástico Fábio Gomes.
A ave morreu depois de ter suas asas cortadas e levar um choque ao pousar em uma fiação elétrica. A partida repentina de Pipoca, que já havia se tornado uma figura querida na cidade, comoveu os moradores. O perfil póstumo do animal nas redes sociais conta com mais de 15 mil seguidores no Instagram. “Em memória da nossa grandiosa Arara Pipoca”, diz a descrição.
O artista responsável pela pintura relatou que o trabalho é motivo de orgulho e satisfação. “Todas as pessoas que passarem por esse mural vão ter uma lembrança boa dela, do que ela trouxe para todos nós e de como alegrou a vida de vários trindadenses”, declarou Fábio Gomes, em entrevista à TV Anhanguera. Natural de Trindade, ele é conhecido mundialmente por transformar muros e paredes em obras de arte e já acumula mais de 500 mil seguidores nas redes sociais.
Para mim, representar a arara pipoca é fazer uma homenagem para o povo trindadense. Onde eu vou, sempre levo o nome de Trindade e o nome de Goiás”, comentou Fábio.
O painel foi idealizado pela Prefeitura de Trindade e será inaugurado no sábado (11), às 08h30. Em publicação nas redes sociais, a prefeitura escreveu que a homenagem tem como objetivo inspirar a preservação da fauna e a valorização dos espaços públicos.
“Convidamos toda a população para participar deste momento especial e celebrar a vida e a alegria que a Pipoca trouxe para nossa cidade. Juntos, mantemos viva a sua memória e reforçamos o compromisso com a causa animal”, publicaram.
A morte da Pipoca foi anunciada no perfil oficial da ave em 21 de outubro de 2024. Conforme a nota divulgada, enquanto estava indo para a feira no Carreiródromo, como costumava fazer todos os domingos, a arara perdeu a estabilidade no voo, pousou em um fio de energia elétrica e morreu eletrocutada.
Segundo a investigação da Polícia Civil, a instabilidade só aconteceu porque a ave teve as asas cortadas indevidamente por um casal. Por não conseguir voar, o animal chegou a passar uma noite na chuva, de acordo com o relato de testemunhas às autoridades.
O g1 não conseguiu contato com a defesa do casal até a última atualização desta reportagem.
O delegado Thiago Escandolhero mencionou que câmeras de segurança identificaram o casal suspeito carregando Pipoca dias antes de sua morte. Após isso, a arara retornou ao local onde vivia há mais de três anos, mas já estava debilitada.
Os dois suspeitos respondem pelo crime de maus-tratos à animais silvestres em liberdade.
Fonte: G1