CIDADES / Acidente Airbus TAM / data: 18/07/2007 Bombeiros resgatam corpos de vítimas do acidente que aconteceu durante pouso do Airbus A-320 da companhia aérea TAM, que vinha de Porto Alegre, causando uma explosão no terminal da companhia no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Foto: LUZ

Há 17 anos, no dia 17 de julho de 2007, o Brasil assistiu o maior acidente aéreo da história do país. O voo 3054, da TAM, seguiu de Porto Alegre a São Paulo quando não conseguiu parar na pista do Aeroporto de Congonhas. A aeronave atravessou a Avenida Washington Luís e colidiu contra um prédio da companhia aérea.

O acidente deixou 199 mortos entre passageiros, tripulantes e pessoas em solo. Renato Duarte era para ser uma das vítimas da tragédia mas, no dia do acidente, teve uma série de imprevistos que o impediu de embarcar no voo 3054.

“Muito difícil falar sobre o acontecido, me emociono muito. A vida é muito intensa e, em um piscar de olhos, tudo pode mudar, graças a Deus dessa vez minha vida foi guardada, mas o sentimento de que poderia ter sido eu e a dor da minha família nunca passa. Vou sentir muito o acontecido para sempre, sinto muito por todas as famílias. Sou um sobrevivente”, detalhou Renato ao portal Metrópoles.

Dois dias antes do ocorrido, Renato fraturou o dedo e, mesmo com o machucado, ele estava empenhado em seguir viagem para manter o compromisso com seu trabalho. No entanto, com o passar do tempo a dor foi aumentando, o que o fez procurar um hospital no dia do acidente. O atendimento acabou demorando mais o que o esperado, o que o impediu de embarcar no voo para São Paulo.

Mesmo com a demora, ele foi às pressas ao aeroporto, na esperança de conseguir embarcar, mas os portões já haviam fechado.

A história da consequência do destino foi contada pela filha de Renato, Eduarda Duarte. “Desde que meu pai se livrou do maior acidente aéreo do Brasil por conta de 5 minutos, eu nunca mais duvidei do destino. O voo 3054, da TAM, fez 199 vítimas, e uma delas era para ser meu pai”, conta.

“Não existia motivo de saúde que ia fazer meu pai dar desculpa e não ir trabalhar. Então, ele correu para o aeroporto e tentou embarcar de qualquer jeito. Ele brigou com as pessoas do aeroporto porque queria entrar naquele voo, mas não deixaram porque o embarque estava encerrado. Ele voltou para casa, muito preocupado, muito nervoso e estressado. Então, decidiu dormir”, continuou.

Descoberta

Renato só descobriu que tinha espado de uma tragédia quando seu chefe ligou, por volta das 19h, repetidamente ao telefone fixo de sua casa. Esperando levar uma bronca por não ter viajado, ele se sentiu aliviado quando sua esposa atendeu o telefone.

“Ele [o chefe] perguntou onde o meu pai estava e minha mãe disse que estava dormindo. O chefe ficou em completo choque, ele jurava que meu pai estava no voo, até porque meu pai não avisou que não tinha conseguido embarcar”, conta Eduarda.

Desacreditado, o patrão de Renato foi até a casa da família para garantir que ele estava bem. “Eu acordei meu pai e o chefe dele pediu para ligarmos a TV. Quando ligamos, a gente viu todos os escombros do avião e do prédio em chamas. E foi um choque muito grande pra todos nós, porque por muito pouco meu pai não estava nesse voo. Naquela hora a gente só sabia agradecer, agradecer a Deus, agradecer ao universo, agradecer a tudo”, completa Eduarda.

Acidente e causas

No dia 17 de julho de 2007 o avião decolou de Porto Alegre com destino ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Por conta da pista molhada, a aeronave não conseguiu frear a tempo e saiu da pista, cruzando a avenida Washington Luís e batendo em um posto de combustível e em um prédio onde funcionava um serviço de cargas da própria empresa. No acidente, morreram 199 pessoas, sendo seis tripulantes, 181 passageiros e 12 pessoas que estavam no solo e no prédio da Tam que foi atingido.

À época, acreditava-se que o que teria causado o acidente seria a ausência de “grooving”, ranhuras transversais no asfalto que facilitam o escoamento de água. Porém, de acordo com o relatório final da investigação, as condições da pista não contribuíram com o acidente.

A investigação apontou que uma das principais causas foi um erro na posição das manetes, alavancas que comandam a aceleração e dão potência ao avião. Uma dessas manetes permaneceu na posição de aceleração, o que levou à perda de controle da aeronave.

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