O policial militar que teve parte da orelha arrancada durante uma abordagem, em São Miguel do Araguaia, na região norte de Goiás, disse que só notou a mordida após um colega avisá-lo. Ao g1, o sargento Sérgio Júnior, de 41 anos, lamentou o ocorrido, mas destacou que tem orgulho da profissão.
“Se existe cicatriz, é porque estou vivo. Essa é mais uma marca de guerra da minha carreira como policial”, afirmou.
Segundo o delegado Thales Feitosa, que investiga o caso, o homem suspeito de arrancar parte da orelha do policial com uma mordida estava em surto psicótico. Ele está preso e não teve o nome divulgado. Por isso, o g1 não localizou a defesa dele até a última atualização desta matéria.
Em entrevista ao g1, o sargento contou que a situação foi muita rápida e, devido a adrenalina, não sentiu o momento em que foi mordido pelo suspeito. “Um colega me avisou que ele me mordeu, que minha farda estava toda ensanguentada e disse que tinha arrancado um pedaço”, lembra Sérgio.
Neste momento, os policiais começaram a procurar pelo pedaço da orelha. “Estava na calçada, a gente pegou, colocou em uma sacola com gelo e levou para o hospital, mas não teve como colocar de volta”, detalha. Sérgio afirma ainda que essa é a primeira vez que ele vê essa situação na carreira.
Tenho 14 anos de polícia e nunca tinha visto uma situação dessa”, afirma
Sérgio conta que o ferimento precisou de pontos e que está tomando remédios para evitar infecções, mas está bem. Segundo ele, o que mais doeu foi chegar em casa e ver o susto que a filha dele, de 10 anos, levou. A menina chegou a pedir para que ele deixasse de ser policial.
“Ela chorou bastante e ficou muito assustada. Ela pediu para eu sair da polícia, mas isso é coisa de criança, já conversei com ela”, afirma.
O policial explicou para a filha que a profissão é importante, que ele gosta de ajudar as pessoas e que a falta do pedaço da orelha é só uma cicatriz. “Ser policial é sair de casa e não ter certeza se volta, mas tenho orgulho da minha profissão, estou firme, forte e logo estou de volta”, finaliza
Fonte: G1