O estudante de 17 anos apreendido pela Polícia Civil nesta sexta-feira (17/11) dias após agredir um professor da rede estadual de ensino em Goianira estava sob efeito de álcool e não demonstrou sinais de arrependimento, de acordo com a delegada que acompanhou o caso, Silvana Nunes. O rapaz foi encaminhado a Delegacia de Atos Infracionais e ficará lá até decisão da Justiça.

De acordo com Silvana, em entrevista ao Mais Goiás, o estudante não respeito as ordens do professor ao perceber que o jovem estava sob efeito de álcool. “Ele não queria cumprir o que o professor estava pedindo. O professor mandou ele sentar na frente porque ele chegou alcoolizado e ele não quis. O professor então colocou duas opções: sentar na frente ou sair da sala de aula e chamar os pais”, explicou.

“Quando ele falou que não sentaria, o professor decidiu chamar a coordenação. Quando chamou a coordenação e pediu para que o aluno se retirasse da sala, ele surpreendeu o professor com um soco. O aluno diz que não gostou da postura do professor em chamar a coordenação”, destaca. O ato foi filmado e as imagens das câmeras de vigilância da sala de aula foram divulgadas pela Polícia Civil do Estado de Goiás.

A agressão do garoto foi tão pesada que nenhum aluno conseguiu sair em defesa do professor para apartar o ato. “Todos ficaram sem reação”, reforça. Agora, o garoto vai para a Justiça responder por uma medida de internação provisória. “Depende do entendimento do juiz sobre qual o tempo”, destaca.

Silvana ainda pontua que o garoto não demonstrou sequer sinais de arrependimento. Ao contrário, mostrava-se orgulhoso de sua força. “Ele não demonstrou arrependimento. Quando ele foi ouvido pela primeira vez, ele até se gaba dizendo que sabia socar. ‘Eu não tenho culpa se eu sou forte e sei socar bem’, dizia”, conta a delegada.

Alerta para a violência escolar

A delegada destaca que a Polícia não toma conhecimento de todos os casos de agressão em escolas, porque não há a cultura da Educação em acionar a corporação em caso de violência escolar. “A educação tem o hábito de tentar resolver internamente, principalmente as escolas estaduais e municipais. Mas a violência nas escolas tão chegando a um ponto que cada vez mais as diretoras de escolas estão procurando e levando o caso ao conhecimento da polícia porque não estão dando conta mais de conter os alunos”, destaca.

Ainda assim, os atos estão aí. “Tem sido corriqueiros casos em que os professores são desrespeitados, xingados. A gente chama de injúria real, em que os alunos jogam papelzinho e vaiam os professores”, pontua. “Acho que chegou o momento da Educação e da Segurança Pública se aliarem. Infelizmente, a Educação não tem dado conta sozinha de conter esses adolescentes”, lamenta a delegada.

Vídeo mostra quando estudante agride professor

As imagens mostram o momento em que o jovem se levanta da cadeira e chega até o professor, que está na frente da sala. O homem é atingido com uma série de socos enquanto tenta se defender. O estudante é contido por um funcionário da escola. “Todos ficaram sem reação. Infelizmente, chegamos a um ponto caótico”, pontua a delegada.

“Essa medida é importante para os professores. Eles estão acuados. Tem muitas professoras mulheres que se negam a dar aula para Ensino Médio. O maior alvo de agressões são contra mulheres. Não chegam a levar socos, os alunos jogam papéis, xingam… Neste caso deste professor, ele nem reagiu, só apanhou”, completou.

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